Parasitos em coprólitos do Parque Nacional da Serra das Confusões, Piauí, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Mônica Vieira de
Orientador(a): Souza, Sheila Maria Ferraz Mendonça de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24532
Resumo: Estudos paleoparasitológicos são conduzidos na região do semiárido do Nordeste brasileiro desde a década de 80 e têm possibilitado compreender melhor a relação parasito-hospedeiroambiente ao longo do tempo nessa região. Os parasitos podem fornecer dados sobre o modo de vida dos diferentes grupos que viviam em uma região, indicando condições de saúde e doença durante o processo de evolução da espécie. Os coprólitos analisados são provenientes do Parque Nacional Serra das Confusões, localizado no sudeste do Piauí, de clima tropical semiárido. Um total de 89 amostras, sendo 67 coprólitos, 3 de sedimentos associados a esqueletos e 19 concreções de sedimento, foram coletados em escavações feitas nos anos de 2008 e 2009 nos sítios arqueológicos Toca do Enoque e Toca do Alto da Serra do Capim, primeiros sítios a serem estudados neste parque. Buscaram-se formas evolutivas de parasitos intestinais, associando esses achados à sua origem zoológica. Foram analisados os macro e micro resíduos, além da superfície dos coprólitos, de forma a auxiliar a identificação da origem zoológica do material. As amostras foram reidratadas em solução aquosa de fosfato trissódico a 0,5% por 72 horas, seguidos por sedimentação espontânea e análise microscópica. Pela união dos dados de vestígios alimentares e parasitos intestinais, foram identificados coprólitos de Dasypodidae (17), Tamandua tetradactyla (27), Homo sapiens (7), Kerodon rupestris (9) e Felidae (7). Em coprólitos de Tamandua tetradactyla foram recuperados ovos de três espécies de Acanthocephala: Giganthorhynchus echinodiscus, Macracanthorhynchus hirudinaceus e Oligacanthorhynchus carinii, além de Strongyloides sp., Ascarididae, Nematoda, cistos de Entamoeba sp. e larvas de Nematoda; de Kerodon rupestris, ovos de Trichuris gracilis e Trichuris muris; de Homo sapiens, ovos de Trichuridae; e de Felidae, ovos de Toxocara cf. cati e Oxyuridae. Os coprólitos de Dasypodidae foram negativos para parasitos intestinais. O. carinii, parasito de Dasypodidae, foi descrito pela primeira vez para Tamandua tetradactyla. Os achados paleoparasitológicos e de macro resíduos foram correlacionados com dados disponíveis sobre o ambiente para o período e local estudados, e dados arqueológicos. Os achados paleoparasitológicos sugerem uma circulação diversificada de parasitos no semiárido. O PARNA Serra das Confusões revelou novas ocorrências de parasitos nos hospedeiros da região em épocas passadas.