Desengomando a liberdade: trabalhadoras negras do serviço doméstico e suas agências em Juiz de Fora (1887-1892)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Denise do Nascimento lattes
Orientador(a): Thomaz, Fernanda do Nascimento lattes
Banca de defesa: Castro, Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de lattes, Souza, Flávia Fernandes de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17711
Resumo: Esta dissertação tem a finalidade de analisar como trabalhadoras negras do serviço doméstico em Juiz de Fora no período de 1887 a 1892 criaram formas de agenciar sua liberdade e autonomia no Mundo do Trabalho do Serviço Doméstico. Estas trabalhadoras agenciaram estratégias de enfrentamento às formas de controle, elaboradas pelas instituições públicas e policiais, assim como estiveram presentes em formas organizativas negras na cidade. Por isso, a dissertação analisará como trabalhadoras do serviço doméstico foram representadas e vistas pela sociedade juiz-forana nos anos finais da escravidão e no imediato Pós-Abolição, nos jornais “O Pharol”, “Diário de Minas” e “Diário da Manhã”, a partir de uma perspectiva da crise do serviço doméstico, fenômeno presente no Brasil nas últimas décadas do século XIX, quando do desmantelamento da escravidão e do processo de regulamentação do serviço doméstico. Além disso, investiga como se deu o processo de regulamentação da locação de serviços domésticos na cidade, por meio do Livro de Matrículas dos Criados de Servir, criado pela Câmara Municipal de Juiz de Fora. O conteúdo do Livro mostra como se organizava parte da classe dos criados de servir e, sobretudo, torna visível a resistência destes em aderir àquele sistema de monitoramento político e policial da população negra livre. Por fim, serão examinadas algumas formas de agência, enfrentamento e resistências de lavadeiras e cozinheiras em suas experiências cotidianas e organizativas. Suas experiências atravessadas pela interseccionalidade entre raça, classe e gênero, moldaram formas específicas de lutas contra a exclusão, a exploração e acima de tudo para desengomar o que a sociedade entendia como serviço doméstico e principalmente sobre trabalhadoras negras do serviço doméstico.