Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lima, Cintia Glória
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Orientador(a): |
Sampaio, Gabriela dos Reis
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Banca de defesa: |
Damasceno, Karine Teixeira
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Mata, Iacy Maia
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Sampaio, Gabriela dos Reis
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História (PPGH)
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Departamento: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40221
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Resumo: |
O presente estudo teve como objetivo analisar as experiências de meninas no mercado de trabalho doméstico em Salvador, entre 1890 e 1918, buscando compreender as relações entre menores e seus patrões, demonstrando sua agência, as formas de negociação, a subalternização, conflitos e estratégias de resistência em busca de sua própria liberdade e protagonismo. Foi observado que uma série de meninas fugiram das casas em que trabalhavam, algumas com auxílio de seus familiares, outra com o apoio de amigos e outras redes de solidariedade. Buscamos compreender os motivos que levaram a esse gesto de abandono de seus postos de trabalho, e, para isso, foi necessário a realização de um estudo sobre o mercado de trabalho doméstico, destacando como se deu a entrada dessas menores e quais as formas de precarização e exploração da mão de obra delas. O estudo desses casos nos possibilita identificar qual o lugar que as meninas ocupavam dentro da sociedade, suas características, suas relações construídas, os vínculos com seus familiares, amigos e relacionamentos amorosos, bem como os lugares por onde circulavam, seus pensamentos, entre outros aspectos. Essas caracterísitcas presentes nos anúncios de fuga, descritas pelos patrões, demonstram valores e costumes de determinados segmentos da sociedade. Embora a vida das meninas esteja regulamentada pelos contratos de tutela e de solada, pelas orientações médicas e jurídicas, ou pelos acordos informais entre a família delas e os patrões, elas fugiam, denunciavam e até arriscavam a própria vida. Isso revela uma contradição nas relações de trabalho estabelecidas no período do pós-abolição: quando elas fugiam, provocavam um desarranjo na sociedade e se constituíam como sujeitos ativos, elaborando sua própria experiência, a partir de seus gestos de desobediência. Percebemos, nos documentos, a necessidade que havia de descrevê-las, de singularizá-las, de contê-las. |