A Carta aberta como instrumento de exercício para a cidadania: o trabalho com operadores argumentativos nos anos finais do Ensino Fundamental
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras)
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00141 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13148 |
Resumo: | Este trabalho, desenvolvido no âmbito do mestrado profissional em Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora, sob a perspectiva da pesquisa-ação, vale-se de problemas identificados no contexto das aulas de língua portuguesa de uma turma de 9º ano, da escola estadual Márcio Nicolato, na cidade de Rodeiro, do estado de Minas Gerais, para propor uma intervenção pedagógica nas aulas de língua portuguesa. Nesse cenário a análise de ações desenvolvidas em sala de aula no ano de 2019, as produções iniciais escritas dos alunos e o contexto eleitoral de 2020 fizeram com que este trabalho assumisse como objetivo abordar o gênero carta aberta como forma de incentivo à mobilização cidadã, guiando os alunos no conhecimento do gênero, das peculiaridades linguísticas envolvidas em sua estruturação, com ênfase na relevância de uso dos operadores argumentativos nesse gênero. Por meio de um trabalho pautado na leitura e produção de gêneros argumentativos, em especial, a carta aberta, seria possível trabalhar de forma bastante contextualizada os operadores argumentativos, tendo em vista sua relevância para o gênero em tela, fato que poderia favorecer situações de reflexão e aprendizado da língua. A temática abordada na produção da carta aberta tratou da valorização da cidade de Rodeiro, Minas Gerais, e da realidade em que os alunos estão inseridos, cuja demanda de produção escrita inicial foi a de denunciar situações e problemas vividos no cotidiano do município e reivindicar soluções mediante os órgãos municipais, contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento do senso crítico e para o exercício da cidadania. Este trabalho final é composto por um documento de caráter predominantemente teórico (a dissertação) e de um documento de finalidade mais prática - em que se inserem os textos e atividades abordados com os alunos, qual seja, o caderno pedagógico. Sob o movimento metodológico da pesquisa ação (THIOLLENT, 2011 ), a prática interventiva ocorreu, pautando-se na perspectiva da prática de análise linguística (GERALDI, 1984; MENDONÇA, 2006), de conhecimentos advindos da Linguística Textual, quanto aos operadores argumentativos (KOCH, 1989, 1933, 2002; ANTUNES, 2010; KOCH e ELIAS, 2016), dos gêneros textuais (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004) e da carta aberta (SILVA, 2002; OLIVEIRA, 2018; MATOS, 2018). A sequência didática foi constituída, inicialmente, com base na observação da sala de aula e dos dados obtidos na proposta de produção inicial, empregando-se princípios da sequência didática para tal (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004; COSTA-HUBES; SIMIONI, 2014). Nesse contexto, o corpus de análise para a elaboração da intervenção e para observação dos progressos dos estudantes quanto ao gênero e às suas características linguísticas foi composto pelas produções de texto iniciais e finais. Após a análise da reescrita, comparada à produção inicial, os dados revelaram um desenvolvimento significativo no que tange à carta aberta, um avanço na variedade e na sofisticação dos operadores argumentativos, uma ampliação do conhecimento sobre a cidade, explicitada através da argumentação, e o desenvolvimento crítico e a mobilização deles como cidadãos. Podemos destacar, ainda, que o maior ganho da intervenção está no aspecto social, já que o trabalho pautado no gênero carta aberta favoreceu para dar voz ao aluno, desenvolver sua autonomia e incentivá-lo à prática cidadã. A intervenção em sala de aula foi iniciada em fevereiro de 2020, porém interrompida com a suspensão das aulas em março devido à pandemia da Covid-19, retomada em outubro do mesmo ano e concluída em janeiro de 2021. |