Curso de letras-libras: tensões, conflitos e desafios
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00119 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14871 |
Resumo: | O presente trabalho tem como foco a formação de professores de Libras para a educação básica, buscando elucidar de que maneira aspectos teóricos-metodológicos do Curso de Letras-Libras se alinham ou não aos recentes estudos da Sociolinguística e da Linguística Aplicada e como tais aspectos contribuem ou não para formar docentes capazes de entender e lidar com complexos fenômenos da linguagem no atual estágio da globalização, marcado pelo aumento do fluxo comunicacional que tem influenciado nossas relações sociais, interacionais e de agência (SILVA, 2004; KUMARAVADIVELU, 2006), reflexo, principalmente, de uma sociedade dinâmica, fluida, caracterizada pelo aumento dos processos migratórios e pela intensificação dos contatos linguísticos e sociais (KUMARAVADIVELU, 2006; BLOMMAERT, 2010; MOITA LOPES, 2013), evidenciando, assim, a necessidade de uma reorientação teórica, pautada nas mudanças pós-modernas na qual a etnografia e a microanálise de práticas interacionais situadas têm possibilitado uma maior valorização dos contextos em que as práticas de língua(gem) ocorrem e uma outra percepção dos sujeitos e das línguas (MOITA LOPES, 2013). Para tanto, busca-se examinar a persistência da orientação monolíngue nos espaços de aprendizagem (CANAGARAJAH, 2013), a necessidade de desinventarmos as línguas (MAKONI & PENNYCOOK, 2007), bem como a vigência de visões colonialistas presentes em diferentes contextos (MIGNOLO, 2006). Nesse sentido, nos alinhamos aos preceitos da Sociolinguística da Globalização (BLOMMAERT, 2010) e da Linguística Aplicada INdisciplinar (MOITA-LOPES, 2006) a fim de desvelar as ideologias linguísticas (KROSKRITY, 2004; LAGARES, 2018) presentes nos Discursos (BLOMMAERT, 2005; GEE, 1999, 2011) de professores, técnicos administrativos e estudantes do Curso de Letras-Libras. Colocar em perspectiva a formação docente dos alunos do curso, bem como a atuação daqueles que se encontram envolvidos nesse processo cria oportunidades para se repensar o exercício da docência e trazer à luz questões suscitadas por fenômenos complexos da atualidade, como as práticas translíngues que, em muitos aspectos, relacionam-se às concepções e às práticas linguísticas que permeiam ou estão presentes na sociedade superdiversa (VERTOVEC, 2006) na qual nos encontramos. Dessa forma, busca-se ponderar as estratégias didáticopedagógicas utilizadas na formação docente dos alunos e a importância de uma postura reflexiva para a percepção da “necessidade de se problematizar a validade de concepções e ideologias de linguagem para o mundo atual e de abarcar, nos estudos da linguagem, as complexas formas de contato entre pessoas e o uso de recursos linguísticos e semióticos” (LUCENA & NASCIMENTO, 2016, p. 55), tanto dentro quando fora dos espaços de formação e aprendizagem. |