Políticas públicas educacionais: a educação do campo e os impactos da multissérie na educação básica da Escola Municipal Conceição do Formoso, no município de Santos Dumont – MG.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vianna, Deiviane Priscila Amaral Araújo lattes
Orientador(a): Ribeiro, Simone da Silva lattes
Banca de defesa: Souza, Maria Zélia Maia de lattes, Oliveira, Edgard Leite de lattes, Hage, Salomão Antônio Mufarrej lattes, Quintiliano, Aimberê lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13875
Resumo: Esta pesquisa aborda as turmas de multissérie, um grande desafio para as escolas do campo. Multissérie é como são organizadas as escolas do campo. As turmas são compostas por alunos de diferentes idades, séries, níveis de aprendizagem e ano de escolarização sob a regência de um docente. A questão central e o objetivo da pesquisa é compreender, analisar e registrar aspectos e impactos sociais da multissérie da Escola Municipal de Conceição do Formoso para a comunidade de Conceição do Formoso localizada no município de Santos Dumont – MG. A justificativa para este estudo se deve as inquietações provocadas por este modelo de organização de ensino responsabilizado pela baixa qualidade do processo ensino aprendizagem nas áreas rurais, logo observar a questão da multissérie e toda sua problemática nos levou a compreender a visão negativa que a envolve. Sobretudo, as análises realizadas nos permitiu refletir se de fato essa modalidade de organização de ensino é mesmo o único problema das escolas do campo, visto que a seriação, modelo hegemônico de ensino construído para atender aos interesses do sistema capitalista também demanda problemas e dados estatísticos de levantamento histórico que comprovam sua deficiência. Historicamente os povos do campo estão se constituindo como protagonistas na luta pela terra e neste território de disputas, considerando o processo de formação humana, a educação é primordial. Este contexto nos leva a ideais para além da multissérie que sem a mínima estrutura tem sido oferecida como única oportunidade de escolarização dos povos do campo e da seriação que além de não oferecer qualidade impõe a crianças e jovens acordar muito cedo, enfrentar transporte precário, estradas perigosas e ainda afasta as crianças da realidade do campo. A luta é por uma educação básica com potencial de transformação social incluso na proposta de uma unidade dialética entre teoria e prática pedagógica onde os povos do campo tenham acesso a um ensino de qualidade socialmente referenciado capaz de atender às demandas sociais da Educação do Campo e de promover transgressões na padronização do trabalho educativo adotado nas escolas urbanas. Mesmo no campo à escola pesquisada não conta com um projeto político pedagógico compatível com princípios e diretrizes da Educação do Campo o que provoca impactos negativos no processo ensino aprendizagem. A metodologia utilizada foi pesquisa qualitativa com ênfase na prática docente nas turmas de multissérie e os instrumentos empregados foram rodas de conversa, entrevista semi-estruturada, conversas informais e observação realizada no decorrer da pesquisa. Contribuíram com a análise dos dados coletados autores como Arroyo, Caldart, Freire, Hage, Frigotto, Molina e Saviani, dentre outros, e documentos importantes como os sete volumes dos cadernos “Por uma Educação do Campo”, legislações e diretrizes que envolvem a temática. Este estudo demonstrou a relevância da Educação do Campo na formação humana e social dos sujeitos do campo e da sociedade, salientando a necessidade da interação de toda sociedade na luta por um projeto popular de Brasil vinculado a um projeto de vida dos povos do campo fundamentado nas características, identidade e autonomia dos povos do campo, que desconstrua a imagem de lugar do atraso e permita interação campo cidade a partir da concepção de correlação, completividade e não de hierarquia como imposto pelo sistema capitalista.