A construção midiática na deslegitimação de governos constitucionais: enquadramentos noticiosos da Folha de S. Paulo e de O Globo (2016) e estratégias comunicacionais do complexo Ipês/IBAD (1964)
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Comunicação
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Departamento: |
Faculdade de Comunicação Social
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00333 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14299 |
Resumo: | Esta dissertação tem como objetivo analisar quais foram os enquadramentos noticiosos desenvolvidos por dois veículos da imprensa brasileira em 2016 (Folha de S. Paulo e O Globo), antes do impeachment de Dilma Rousseff (PT), buscando comparação com as estratégias narrativas de organizações – como Ipês/IBAD – que atuaram pela queda do governo de João Goulart (PTB), em 1964. Por meio da metodologia da análise de conteúdo, buscou-se identificar quais foram os discursos presentes nas ações de dois dos jornais mais lidos do país no período que antecedeu à derrubada de Dilma, em 2016, permitindo a comparação com as campanhas divulgadas por Ipês/IBAD em 1964. A hipótese testada foi a de que os veículos – de propriedade de conglomerados familiares, com interesses específicos – negligenciaram propositalmente apurações positivas para esses governos, enquanto outros temas eram colocados no foco, em tom de escândalos. Como corpus, foram analisados 699 unidades de material publicado, e elaboradas 265 tabelas para se chegar a resultados como: 126 reportagens, editoriais e manchetes, publicadas em O Globo, com críticas à política do governo, no período compreendido de janeiro de 2016 a primeiro de setembro do mesmo ano, data em que foi noticiada a deposição da presidente Dilma Rousseff, cujo impeachment se deu no dia anterior. Enquanto na Folha, foram 130, no mesmo período. Também as reportagens, editoriais e manchetes com foco em Dilma, têm números significativos: 98 em O Globo e 96 na Folha. Sobre as ações do complexo Ipês/IBAD, foi realizada análise da documentação relativa à CPI sobre o IBAD (ocorrida em 1963), que tomou por base 500 documentos exibidos pelo ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes. Quanto à documentação do Ipês, esta foi analisada em trabalhos já publicados pelo historiador René Dreifuss (1964 – A conquista do Estado) e por mim, em (Propaganda e Cinema a Serviço do Golpe – 1962/1964). Os principais achados empíricos da pesquisa responderam afirmativamente à quase totalidade das hipóteses formuladas inicialmente. Os dados objetivos sobre as coberturas analisadas de O Globo e Folha de S. Paulo em 2016 confirmaram a expectativa de que muitos dos motes narrativos utilizados em 1964 por Ipês/IBAD estiveram presentes também na cobertura jornalística de 2016. Corrupção, o esvaziamento político do governo, e a crítica desenfreada sobre ações na economia são alguns exemplos. Do mesmo modo, evidenciou-se que os jornais produziram manchetes escandalosas, editoriais inquisidores e matérias tendenciosas e persecutórias – negligenciando a oferta de informações que pudessem ser benéficas ao governo Dilma. Os dados compilados demonstram que as coberturas desconsideraram os critérios jornalísticos de apresentação do contraditório e de checagem de documentos recebidos de fontes. |