Relação da morfo-histologia da língua com o forrageio em cinco espécies de lagarto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Pilar Cozendey lattes
Orientador(a): Sousa, Bernadete Maria de lattes
Banca de defesa: Nascimento, Aparecida Alves do lattes, Barbosa, Oscar Rocha lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Gestão e Avaliação em Educação Pública
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1089
Resumo: Os répteis Squamata possuem um sistema sensorial sofisticado, adaptado ao ambiente em que vivem e as atividades desempenhadas em seu forrageio. A língua de lagartos é estrutura componente do sistema sensorial fundamental para o forrageio. Desta forma, o presente estudo buscou investigar a estrutura morfo-histológica da língua de cinco espécies de lagartos brasileiros (Ameiva ameiva, Hemidactylus mabouia, Aspronema dorsivittatum, Ophiodes striatus e Tropidurus torquatus) e sua relação com os tipos de forrageio. Foram analisados o formato e comprimento de língua e confeccionadas lâminas histológicas coradas com HE e PAS, de exemplares das cinco espécies. As espécies estudadas apresentaram revestimento de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, com variações topográficas na espessura da camada córnea. Ameiva ameiva apresentou a língua mais especializada e restrita ao forrageio ativo, enquanto Hemidactylus mabouia e Tropidurus torquatus apresentaram língua com estrutura menos favorável ao “tongue-flicking” e, portanto, mais próximo de forrageio de emboscada. As espécies Ophiodes striatus e Aspronema dorsivittatum apresentaram resultados característicos tanto de forrageio ativo quanto de emboscada, demonstrando uma provável plasticidade entre estes extremos. Esta flutuação entre tipos de forrageio já foi observada dentro do antigo gênero Mabuya a partir de estudos prévios que indicam que fatores como disponibilidade de alimento e alterações de habitat são capazes de alterar a dinâmica de forrageio de algumas espécies. No presente estudo foi possível relacionar aspectos como tipos de papilas, formato de língua, arranjo muscular, camada de queratina, presença de botões gustativos, entre outros, com a provável dinâmica de forrageio das cinco espécies estudadas. O arranjo muscular encontrado nos forrageadores ativos foi considerado mais compacto e direcionado ao “tongue-flicking”, enquanto o dos forrageadores de emboscada o arranjo muscular se mostra menos restrito. A análise das características externas e microscópicas da língua trouxeram grandes contribuições para o entendimento de como cada espécie, por exemplo, otimiza a sua percepção do ambiente, como percebe o tempo e seu gasto energético. Além disso, contribui com maiores informações a cerca da morfologia e ecologia de espécies ocorrentes no Brasil.