Estudo da relação entre aspectos morfológicos da língua de dezesseis espécies de lagartos ocorrentes no brasil e seus respectivos tipos de forrageio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Pilar Cozendey lattes
Orientador(a): Sales, Armando
Banca de defesa: Nascimento, Aparecida Alves do, Nepomuceno, Leilane Maria Barcellos, Mendes, Sarah Silva, Barbosa, Oscar Rocha
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9212
Resumo: Os répteis Squamata possuem um sistema sensorial sofisticado, adaptado ao ambiente em que vivem e as atividades desempenhadas em seu forrageio. A língua de lagartos é estrutura componente do sistema sensorial fundamental para o forrageio. Desta forma, o presente estudo buscou investigar a estrutura morfológica e histológica da língua de 16 espécies de lagartos brasileiros e sua relação com os tipos de forrageio. Foram analisados o formato de língua e confeccionadas lâminas histológicas coradas com HE e PAS, Alcian Blue e Tricrômio de Gomori de exemplares das 16 espécies. Foi realizada a microscopia eletrônica de varredura das línguas de 13 espécies. As espécies estudadas apresentaram revestimento de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, com variações topográficas na espessura da camada córnea, além de papilas filiformes secretoras e filamentosas. Lagartos das famílias Teiidae e Gymnophtalmidae apresentaram a língua mais especializada e restrita ao forrageio ativo, enquanto os das famílias Leiosauridae, Gekkonidae, Polychrotidae e Tropiduridae apresentaram língua com estrutura menos favorável ao comportamento de protrusão e, portanto, mais próximo de forrageio de emboscada. As espécies das famílias Mabuyidae e Anguidae apresentaram resultados característicos tanto de forrageio ativo quanto de emboscada, demonstrando uma provável plasticidade entre estes extremos. Esta flutuação entre tipos de forrageio já foi observada dentro do antigo gênero Mabuya a partir de estudos prévios que indicam que fatores como disponibilidade de alimento e alterações de habitat são capazes de alterar a dinâmica de forrageio de algumas espécies. Neste estudo foi possível relacionar aspectos como tipos de papilas, formato de língua, arranjo muscular, camada de queratina, presença de botões gustativos, entre outros, com a provável dinâmica de forrageio das 16 espécies estudadas. O arranjo muscular encontrado nos forrageadores ativos foi considerado mais compacto e direcionado ao “tongue-flicking”, enquanto o dos forrageadores de emboscada o arranjo muscular se mostra mais variado A análise das características externas e microscópicas da língua trouxeram grandes contribuições para o entendimento de como cada espécie, por exemplo, otimiza a sua percepção do ambiente seu gasto energético. Além disso, contribui com maiores informações acerca da morfologia e ecologia de espécies ocorrentes no Brasil