Avaliação da conduta de cirurgiões-dentistas frente a lesões em mucosa e/ou associadas a dentes e envio para análise histopatológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Reis, Denis Talis lattes
Orientador(a): Aquino, Sibele Nascimento de lattes
Banca de defesa: Verner, Francielle Silvestre lattes, Miranda, Jean Soares lattes, Torregrossa, Vinicius Rabelo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Ciências Aplicadas à Saúde
Departamento: ICV - Instituto de Ciências da Vida
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00044
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16256
Resumo: A biópsia associada ao exame histopatológico é uma ferramenta importante para o estabelecimento do diagnóstico final das lesões que acometem a região oral e maxilofacial. O objetivo desse estudo foi analisar os fatores associados dos à biópsia realizada por cirurgiões-dentistas, ao descarte de lesões ou encaminhamento para análise histopatológica. Foi realizado um estudo observacional transversal, para coleta de dados entre 254 cirurgiões-dentistas da região macroleste de Minas Gerais, os quais responderam a um questionário, aplicado por meio do Google Forms, com questões relacionadas à conduta diante de lesões em mucosa e associadas a dentes, além de dados sociodemográficos. Foi realizada análise estatística descritiva e inferencial, através do software JAMOVI, sendo valor de 0,05 considerado significativo. Os resultados demonstraram que a média de idade dos participantes foi de 32,1 anos (±10,4), com média de tempo de formação de 8,4 anos (±9,72). Do total de participantes, 69,3% eram do sexo feminino e 30,7% do sexo masculino. Em relação à formação, 41,7% possuíam apenas o título de graduação em odontologia, enquanto 46,1% tinham título de pós-graduação latu sensu. Nove participantes (3,5%) possuíam pós-graduação stricto sensu, como mestrado e doutorado. Quanto ao local de atuação profissional, a maioria (66,1%) atuava na rede privada, 14,6% na rede pública e 19,3% declararam atuar tanto na rede pública de saúde quanto na privada. A especialidade mais comum entre os participantes foi a de clínico geral, representando 51,5% dos entrevistados. Outras especialidades incluíram endodontia (10,5%), ortodontia (9,0%), e prótese dentária (7,5%). O descarte de lesões associadas a dentes foi reportada no estudo, com base na avaliação pelo profissional do exame clínico e radiográfico. Quanto as análises de associação entre a conduta de realizar biópsias na prática clínica, observou-se que o acesso a laboratório de patologia oral (χ² (2) = 15,0; p <0,001; V de Cramer = 0,243) e acesso a laudos anatomopatológicos (χ² (2) = 6,29; p = 0,043; V de Cramer= 0,157) durante a formação favorece a realização de biópsias pelo profissional. Enquanto, para as variáveis acesso a professores especialistas em estomatologia (χ² (2) = 0,620; p = 0,733; Teste Exato de Fischer: p = 0,698), acesso a especialistas em patologia oral (χ² (2) = 2,97; p = 0,227) na formação e acesso a laudos anatomopatológicos no local de trabalho (χ² (2) = 4,27; p = 0,118) não apresentaram associação significativa com a conduta de realizar biópsias na prática clínica. Regressão logística binomial entre a conduta de realizar biópsias na prática clínica, apenas a variável realização de biópsias na graduação atua como preditor (R2 Nagel Kurke = 0,0636; χ² (1) = 10,9; p <0,001) com uma variância explicada de 6,36% e Razão de chance de 2,72 (IC 95% 1,48 - 5,0). Concluiu-se que embora a biópsia seja uma das ferramentas mais importantes para o diagnóstico confirmatório das lesões orais, muitos cirurgiões-dentistas não as realizam na prática clínica diária ou, somente em casos suspeitos, as encaminham para análise histopatológica. As variáveis acesso a laboratório de patologia oral e acesso a laudos anatomopatológicos durante a formação apresentaram associação significativa com a conduta de realizar biópsias na prática clínica.