Do silêncio ao grito: a construção de identidades na travessia poética de Paula Tavares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Krempser, Ciomara Breder lattes
Orientador(a): Pereira, Prisca Rita Agustoni de Almeida lattes
Banca de defesa: Pereira, Edimilson de Almeida lattes, Ribeiro, Gilvan Procópio lattes, Silva, Maria Andréia de Paula lattes, Dias, André Luiz de Freitas lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7567
Resumo: O objetivo desta tese de doutorado é entender como se dá o processo de construção de identidades na poética da angolana Paula Tavares. Para tal, é analisado o processo de hibridação e de construção do entrelugar na poesia da escritora angolana. É observado que esse discurso poético é marca de hibridismo, que se efetiva como uma tradução cultural e é instrumento de formação de identidades feminina e nacional. Constata-se que essa poesia se consagra como lócus privilegiado da enunciação feminina. Além disso, outro aspecto marcante é constituído pela presença das religiosidades africanas, dos ritos da tradição do sul de Angola, região de Huíla, terra de origem da poeta. Essa terra é reterritorializada nos espaços de diáspora do discurso pós-colonial. Evidencia-se, também, o poder erótico e sagrado do corpo-mulher, que se traduz em corpo-poema e corpo-nação, por meio da aglutinação da oralidade e da escrita e da reedição da memória ancestral. É percebido que os ciclos da vida são cumpridos acompanhando o ritmo da natureza e que o silêncio da poesia abre espaço para a voz do subalterno gritar. Também é ressaltado que esse discurso está atravessado pelo lirismo amoroso e é envolvido pela metáfora da guerra, representando as guerras civis pelas quais passou Angola; a guerra pelo autoconhecimento; a guerra amorosa e a guerra com as palavras. A poesia-resistência perpetua e rasura a tradição africana, dá voz ao grito feminino, sacraliza a palavra e a vida e com força erótica constrói novas identidades. Para embasar esta pesquisa bibliográfica, usa-se o método hipotético-dedutivo. Em síntese, é traçado um panorama da circularidade temática presente na poesia de Paula Tavares para revelar a construção de identidades individuais e coletivas.