Avaliação da acurácia da proteína rKLO8 no diagnóstico da leishmaniose visceral canina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Abad, Lily Paola Martínez lattes
Orientador(a): Teixeira, Henrique Couto lattes
Banca de defesa: Coimbra, Elaine Soares lattes, Castro, Juciane Maria de Andrade lattes, Silva, Sydnei Magno da lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3128
Resumo: A leishmaniose visceral canina (LVC) representa um grave problema de saúde pública. No Brasil, a prevalência da infecção nos cães é bastante variável, podendo atingir níveis superiores a 60% em alguns surtos. O teste rápido Dual Path Platform (TRDPP®-Bio-Manguinhos), como teste de triagem, seguido por ELISA (EIE-BioManguinhos), como teste confirmatório, tornaram-se parte do protocolo de diagnóstico da LVC, credenciado no Brasil desde 2011. No entanto, o diagnóstico da LVC ainda precisa ser melhorado para alcançar uma taxa de detecção mais precisa. Recentemente, rKLO8, uma nova proteína antigênica de L. donovani do Sudão foi clonada e purificada, e mostrou alta reatividade para diagnosticar leishmaniose visceral em humanos. O presente estudo teve como objetivo avaliar a reatividade de soros de cães frente ao antígeno rKL08 e o antígeno de referência rK26, comparando ambas as proteínas, utilizadas como antígenos em testes de ELISA, com os testes DPP® e EIE, usados como testes de diagnóstico da LVC. Amostras de soros de cães de Governador Valadares, uma área endêmica para leishmaniose em Minas Gerais, Brasil, foram agrupadas da seguinte forma: (I) DPP®/EIE negativo (n = 100), (II) DPP® positivo / EIE negativo e (III) DPP® / EIE positivo (n = 100). Níveis séricos elevados de IgM e IgG para ambos os antígenos, rKLO8 e rK26, foram encontrados no grupo III (p <0,0001). Interessantemente, foram detectados níveis elevados de IgG2 e baixos níveis de IgG1 contra ambos os antígenos no grupo de cães DPP®/EIE positivo, sugerindo a ocorrência de um fenótipo predominantemente do tipo Th1 associado com infecção subclínica. O ELISA-rKLO8 (IgG) e o ELISA-rK26 (IgG) mostraram uma sensibilidade de 68% e 77%, e especificidade de 92% e 91%, respectivamente, determinado através da análise da curva ROC. Além disso, o coeficiente Kappa indicou boa concordância (0,739) entre o ELISA-rKLO8 versus o ELISA-rK26. Ainda, a combinação de antígenos rKLO8 e rK26 (rKLO8+rK26) em um mesmo teste exibiu maior sensibilidade (85%) e especificidade (93%). A análise kappa mostrou que o ELISA-rKLO8 + rK26 (IgG) teve melhor concordância com ambos os testes, DPP® e EIE, com valores de kappa igual a 0,700. Estes dados indicaram que a combinação dos antígenos rKLO8 e rK26 gera uma melhor acurácia no diagnóstico da LVC que os antígenos rKLO8 e rK26 usados em separado na detecção de IgG. Estes resultados demonstraram, pela primeira vez, a utilidade do antígeno rKLO8 no diagnóstico da LVC, e que ELISA-rKLO8, pode representar uma potencial ferramenta adicional para o diagnóstico de LVC.