Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Marques Neto, Roberto
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Orientador(a): |
Perez Filho, Archimedes
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Banca de defesa: |
Viadana, Adler Guilherme
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Cunha, Cenira Maria Lupinacci da
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Ladeira, Francisco Sérgio Bernardes
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Mello, Cláudio Limeira
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Rio Claro
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Programa de Pós-Graduação: |
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Departamento: |
-
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7227
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Resumo: |
A bacia do Rio Verde drena uma área de 6.893 km2 na parte meridional do estado de Minas Gerais, em terrenos pertencentes a Serra da Mantiqueira e ao Planalto do Alto Rio Grande. A diversidade paisagística existente em seu perímetro sinaliza para a interferência mútua entre efeitos climáticos e tectônicos atuando na evolução do relevo, que vem dando aporte a diferentes modalidades de uso da terra ao longo da história, o que repercute em diferentes quadros morfodinâmicos. Encerra-se, dessa forma, como objetivo central da presente tese perpetrar um estudo do sistema morfoclimático e morfotectônico da bacia de drenagem em questão mediante uma perspectiva sistêmica, tomando como pressuposto que a verificação integrada dos agentes endógenos e exógenos é conduta necessária para uma interpretação suficientemente abrangente da evolução morfológica da área. Em caráter mais específico, também é tomado como objetivo averiguar as conexões estabelecidas com a dimensão antropogênica através das diferentes formas de uso da terra e alterações ambientais associadas, que se integra à evolução natural da paisagem na conformação de diferentes geossistemas. O estudo das superfícies geomorfológicas subsidiou a compreensão da evolução do relevo e sua compartimentação, procurando-se interpretar os significados climáticos e tectônicos definidores do atual posicionamento das superfícies geomórficas e suas possíveis correlações. No tocante às coberturas superficiais, maior ênfase foi dada aos depósitos fluviais existentes na bacia do Rio Verde, que foram abordados sob o prisma da aloestratigrafia, de grande valia para o estudo de depósitos quaternários. Foi definida uma aloformação neoquaternária correspondente às planícies aluviais atualmente ativas do Rio Verde e principais afluentes, que foi designada como Aloformação Rio Verde, edificada fundamentalmente por sucessões de acreção horizontal e transbordamentos, conformando depósitos datados entre 600 e 1200 anos. A tectônica ativa que também figura como componente fundamental na evolução do relevo regional foi estudada mediante a execução de procedimentos de análise estrutural e interpretação das evidências no relevo e na drenagem de efeitos deformacionais recentes (neotectônicos), e que sobejam na área de estudo na forma de capturas fluviais, deflexão e migração de canais, encaixamento e retilinidade abusiva da drenagem, soerguimento de planícies de inundação, deslocamento de cristas, falhamentos atingindo depósitos recentes, entre outros. Como subsídio ao conjunto de procedimentos acionados para análise geomorfológica e estrutural, foram empreendidas datações absolutas de sedimentos pelo método da Luminescência Opticamente Estimulada (LOE), que auxiliou de forma auspiciosa as interpretações de cunho morfoclimático e morfotectônico. Foram datados depósitos de planícies aluviais soerguidas, o que acusou uma tectônica ativa em idades essencialmente neoquaternárias, compreendidas entre dois e 55 mil anos. Os resultados obtidos a partir do estudo da evolução natural do relevo foram tratados em suas conexões com a dimensão antrópica, integrados em conformidade com a abordagem geossistêmica. Tal leitura concebeu cerca de trinta unidades de mapeamento definidas a partir do relevo, variável fundamental na definição de unidades de paisagem em áreas de topografia movimentada e submetida a uma tectônica ativa, juntamente com o padrão tectônico e estrutural, a textura das coberturas superficiais, a vegetação e o uso da terra. Cada uma dessas unidades constituem classes de fácies discernidas em trinta unidades de mapeamento que se agrupam em um nível superior que, interpretados num sistema bilateral de classificação, correspondem a geomas/macrogeócoros. De forma inequívoca, a evolução natural do relevo pode ser integrada à dimensão antropogênica em uma perspectiva sistêmica, cujo resultado final consubstancia unidades de mapeamento que são reflexos de tais conexões. O caráter integrado de sua definição, exaltando as potencialidades e restrições do meio, podem subsidiar de forma direta o planejamento ambiental e a gestão do território. |