O presente de uma desilusão: fracasso escolar e triunfo do sujeito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Barreto, Mônica da Motta Salles lattes
Orientador(a): Santos, Ilka Schapper lattes
Banca de defesa: Dias, Juliana Maddalena Trifilio lattes, Fontes, Ana Maria Moraes lattes, Lo Bianco, Anna Carolina lattes, Pereira, Marcelo Ricardo lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11920
Resumo: Esta investigação, desenvolvida do Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tem como objetivo responder à questão de pesquisa: que lugar tem na escola o sujeito que fracassa? A proposta é pensar o lugar de sujeito dos alunos sob a perspectiva da psicanálise, dando grifo às elaborações de sintoma e mal-estar de Freud e Lacan, em um contexto em que a escola assume as metas e resultados, ditados por indicadores educacionais e avaliações externas, como ideal, como instância que dita sobre as normas escolares. Nesse sentido, buscamos, na educação, o alcance das metas em um cenário de idealização da aprendizagem ainda que, para isso, tenhamos que excluir aqueles que deveriam representar a finalidade última das escolas: nossos alunos. Nessa inversão em que os resultados avaliativos deveriam ser atividade-meio e tornam-se atividade fim, buscamos escamotear o mal-estar, excluindo os sujeitos da escola. Mas os sujeitos, em uma perspectiva da psicanálise, insistem em comparecer por meio de tropeços, de atos fracassados, resultando no que identificamos e nomeamos como fracasso escolar. Para realização da pesquisa, a partir dessa premissa inicial, recorremos a algumas falas de profissionais de um Centro de Atendimento Especializado em Educação (CAEE) de Juiz de Fora/MG e também a fragmentos de quatro dissertações do Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) do Centro de Avaliações e Políticas Públicas em Educação (CAEd) da UFJF, no qual a pesquisadora, autora deste texto, trabalha como suporte de orientação, além de entrevistas com as autoras dessas dissertações. Ao final do percurso foi possível concluir que o fracasso escolar em termos absolutos fica engendrado no imaginário, assim como o sucesso total, que também é uma idealização de aprendizagem. O fracasso como fenômeno social é imaginarizado, assim como o sucesso escolar em termos absolutos. No entanto, pôde-se concluir também que os fracassos, no plural, se fazem presentes na escola −os fracassos como sintomas, como possibilidade de o sujeito emergir. É no ato fracassado que o Real do sujeito pode comparecer e são os tropeços que podem fazer rasura no imaginário tanto de sucesso quanto de fracasso.