Resumo: |
Esta investigação, desenvolvida do Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tem como objetivo responder à questão de pesquisa: que lugar tem na escola o sujeito que fracassa? A proposta é pensar o lugar de sujeito dos alunos sob a perspectiva da psicanálise, dando grifo às elaborações de sintoma e mal-estar de Freud e Lacan, em um contexto em que a escola assume as metas e resultados, ditados por indicadores educacionais e avaliações externas, como ideal, como instância que dita sobre as normas escolares. Nesse sentido, buscamos, na educação, o alcance das metas em um cenário de idealização da aprendizagem ainda que, para isso, tenhamos que excluir aqueles que deveriam representar a finalidade última das escolas: nossos alunos. Nessa inversão em que os resultados avaliativos deveriam ser atividade-meio e tornam-se atividade fim, buscamos escamotear o mal-estar, excluindo os sujeitos da escola. Mas os sujeitos, em uma perspectiva da psicanálise, insistem em comparecer por meio de tropeços, de atos fracassados, resultando no que identificamos e nomeamos como fracasso escolar. Para realização da pesquisa, a partir dessa premissa inicial, recorremos a algumas falas de profissionais de um Centro de Atendimento Especializado em Educação (CAEE) de Juiz de Fora/MG e também a fragmentos de quatro dissertações do Programa de Pós-graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública (PPGP) do Centro de Avaliações e Políticas Públicas em Educação (CAEd) da UFJF, no qual a pesquisadora, autora deste texto, trabalha como suporte de orientação, além de entrevistas com as autoras dessas dissertações. Ao final do percurso foi possível concluir que o fracasso escolar em termos absolutos fica engendrado no imaginário, assim como o sucesso total, que também é uma idealização de aprendizagem. O fracasso como fenômeno social é imaginarizado, assim como o sucesso escolar em termos absolutos. No entanto, pôde-se concluir também que os fracassos, no plural, se fazem presentes na escola −os fracassos como sintomas, como possibilidade de o sujeito emergir. É no ato fracassado que o Real do sujeito pode comparecer e são os tropeços que podem fazer rasura no imaginário tanto de sucesso quanto de fracasso. |
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