O negro nas narrativas das escolas de samba cariocas : um estudo de Kizomba (1988), Orfeu (1998), Candaces (2007) e Angola (2012)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rezende, Rafael Otávio Dias lattes
Orientador(a): Neves, Teresa Cristina da Costa lattes
Banca de defesa: Guerra, Márcio de Oliveira lattes, Góes, Frederico Augusto Liberalli de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4513
Resumo: A pesquisa tem como tema as narrativas sobre o negro nos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro e está dividida em três partes. A primeira se propõe a investigar a origem e o conceito de carnaval, bem como o desenvolvimento desta festa no Brasil. São observados particularmente os aspectos peculiares que tornaram as agremiações cariocas tão importantes e a forma como dialogam com a sociedade. A segunda parte é dedicada ao estudo da contribuição do negro para a cultura brasileira e de sua inserção no processo de construção da identidade nacional. Este tópico aborda ainda a participação da etnia na formação e consolidação das escolas de samba, a maneira como a temática afrobrasileira foi desenvolvida nos enredos ao longo do tempo e de que forma estes enredos se configuram como narrativas, que elaboram uma memória e reelaboram memórias traumáticas. Por fim, realiza-se a análise de quatro enredos, um de cada década, a partir da criação do Sambódromo, em 1984. São eles: Kizomba, a festa da raça (Vila Isabel, 1988), Orfeu, o negro do carnaval (Viradouro, 1998), Candaces (Salgueiro, 2007) e Você semba lá... Que eu sambo cá! O canto livre de Angola (Vila Isabel, 2012). Com o emprego da análise de conteúdo, toma-se como objeto a composição do enredo, tanto no que se refere a seus elementos textuais – sinopse e letra dos sambas-enredo – quanto visuais – fantasias, alegorias e encenações –, estes últimos observados, sobretudo, por intermédio das transmissões televisivas, além de materiais complementares. Parte-se da hipótese de que a elaboração desses enredos sofre a influência da conjuntura a ela correspondente, ao passo que cada desfile também influencia o contexto social no qual se insere. Em síntese, os resultados alcançados indicam que, apesar de suas evidentes particularidades, as narrativas investigadas não se esquivam de dramas e problemas sociais históricos. Prevalece, porém, o otimismo, a esperança, a exaltação da vida – como forma de enfrentar a morte – e a busca pela elevação da autoestima do negro.