A adaptação de obras literárias como um projeto cultural, político e econômico no Brasil e seu papel no surgimento da literatura para neoleitores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Paiva, Aline Domingues de lattes
Orientador(a): Oliveira, Maria Clara Castellões de lattes
Banca de defesa: Vieira, Else Ribeiro Pires lattes, Ribeiro, Gilvan Procópio lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/934
Resumo: O objetivo desta dissertação é analisar o papel que a adaptação interlingual e intralingual de obras literárias vem desempenhando no Brasil, relacionando-a a questões pertinentes a outras esferas que compõem a cultura: a econômica, a política e a ideológica. Primeiramente, definiremos o processo de adaptação de obras literárias. Para isso, buscaremos averiguar suas semelhanças e diferenças em relação a outros dois tipos de reescritura: a tradução e a apropriação, à luz das reflexões de Georges L. Bastin (1998), Georges L. Bastin e Hugo Vandal-Sirois (2012), Antoine Berman ([1985] 2007), André Lefevere (1992) e Julie Sanders (2006). Em seguida, falaremos sobre o início da tradição de adaptação de obras literárias, que se deu na Inglaterra nos primórdios do século XIX, e trataremos, também, do contexto brasileiro. Abordaremos a adaptação interlingual de obras para o público infanto-juvenil, que foi a primeira a surgir no Brasil, e a apontaremos como precursora do gênero de literatura infanto-juvenil no país. Daremos ênfase às atuações de Monteiro Lobato, especialmente durante a ditadura civil brasileira, e dos adaptadores que realizaram seu trabalho durante a ditadura militar – ilustraremos tal contexto com o caso de Paulo Mendes Campos. Nesse momento, nos apoiaremos, sobretudo, em percepções de Mário Feijó Borges Monteiro (2002, 2006). Finalmente, discorremos sobre as adaptações intralinguais de obras literárias para o público neoleitor. Falaremos sobre as especificidades desses leitores e sobre as coleções de obras literárias disponibilizadas para esse público-alvo. Avaliaremos, ainda, a adaptação de O Cortiço da coleção É Só o Começo, que foi produzida pela editora L&PM e distribuída pelas escolas brasileiras como parte de um projeto do governo apoiado por instituições como o SESI e a UNESCO. Esta dissertação evidenciará o fato de que a produção de adaptações como a mencionada foi determinante para o surgimento de um gênero literário escrito originalmente para esse público-alvo no Brasil. Em outras palavras, ela enfatizará a importância desse tipo de reescritura para o processo de formação de leitores e de criação de um novo público-leitor.