Pessoas idosas e incontinência urinária: trajetória da proposição de um modelo de sistematização da assistência especializada em enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Martins, Nathália Alvarenga lattes
Orientador(a): Arreguy-Sena, Cristina lattes
Banca de defesa: Sonobe, Helena Megumi lattes, Paschoalin, Heloísa Campos lattes, Canini, Silvia Rita Marin da Silva lattes, Pinto, Paulo Ferreira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/774
Resumo: Pesquisa delineada em método misto que objetivou analisar a ocorrência de incontinência urinária para pessoas com 65 anos de idade ou mais e compreender suas representações sociais à luz dos determinantes do processo do envelhecimento com vistas à proposição de um modelo de sistematização da assistência especializada de enfermagem. Realizado em seis microáreas de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) que possui modelo de assistência tradicional. Delineamento amostral de seleção completa para a abordagem quantitativa (survey, n=110) e para a abordagem qualitativa (Teoria das Representações Sociais com enfoque processual, n= 104 e estrutural, n=102). Participaram pessoas com 65 anos de idade ou mais lúcidos e não acamados. Realizada abordagem domiciliar com quatro a seis visitas por participante. Dados colhidos em outubro/2013 a Junho/2014. Utililizado: questionário previamente validado; escalas mensurativas para incontinência urinária e qualidade de vida; evocação a partir de imagens, e entrevistas individuais a partir de questões norteadoras. Dados quantitativos consolidados em programa SPSS para análise descritiva e correlacional e qualitativos consolidados em Nvivo com análise de conteúdo e EVOC . Atendidos requisitos éticos e legais de pesquisa envolvendo seres humanos. Participaram 110 pessoas no survey, tendo ≥65 anos, sendo 62,7% mulheres; idade média 73 (variabilidade 65 a 96 anos); 47,3% casados ou viviam com companheiro; 88,2% tinham menos de 7 anos de estudo; 53,6% tiveram parto vaginal; 76,4% tinham alguma doença cardiovascular; 29,1% tinham DM, 28,2% faziam uso de diurético; 21,8% eram tabagistas; 12,7% consumiam bebida alcoólica; 37,3% tinham incontinência urinária; 73,5% do tipo urgência; 70,7% disseram perder pequena quantidade de urina; 41,1% disseram que a perda de urina afetava sua vida (atividades diárias). A etapa da Representação Social (RS) estrutural contou com 102 pessoas tendo caráter valorativo negativo e o cognema “terrível” de maior frequência e menor ordem média de evocação. Participaram 104 sujeitos na RS processual, havendo diferença na forma de construção da representação embora seu conteúdo tenha sido consensualizado e corroborou a RSEstrutural. Construídos histórico, diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem baseados em referencias filosóficos (Betty Neuman), taxonômicos (diagnóstico, intervenções e resultados de enfermagem, legais (legislação 358/2009) e teóricos (Associação Brasileira de Estomaterapia e International Continence Society) sobre a temática. Os resultados permitiram a elaboração de um diagnóstico situacional de uma região com vulnerabilidades e trouxe evidências sobre o impacto negativo da incontinência sobre a qualidade de vida das pessoas idosas. A relevância da incontinência, enquanto componente das síndromes geriátricas, no contexto investigado permitiu sugerir: 1) sua inclusão ou redimensionamento entre os conteúdos abordados na formação acadêmica de enfermeiros generalistas; 2) redimensionar políticas, programas e ações locais de caráter emergencial quando se prioriza um processo de envelhecimento ativo e 3) a validação do modelo elaborado com avaliação de seu impacto antes e depois de intervenções terapêuticas nas abordagens das incontinências urinárias.