Desvelando o ser-aí-mulher-que-vivencia-a-incontinência-urinária: contribuições da fenomenologia para o cuidado à saúde da mulher

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Layla Guimarães Paixão lattes
Orientador(a): Salimena, Anna Maria de Oliveira lattes
Banca de defesa: Spindola, Thelma lattes, Amorim, Thaís Vasconselos lattes, Souza, Ivis Emília de Oliveira lattes, Paiva, Andyara do Carmo Pinto Coelho lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00160
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14301
Resumo: Este estudo buscou desvelar o vivido da mulher com incontinência urinária crônica. Utilizou-se como método a investigação qualitativa de abordagem fenomenológica fundamentada no referencial teórico, filosófico e metodológico de Martin Heidegger. O cenário de pesquisa foi o Centro Estadual de Atenção Especializada Viva Vida em São João del-Rei – MG. Realizou-se a entrevista fenomenológica com 10 mulheres que vivenciam a incontinência urinária. Os significados expressos pelas mulheres, por meio do dito e do não dito, revelaram a partir da análise compreensiva o conceito do ser-aí-mulher-que-vivencia-aincontinência-urinária: notar a perda de urina, quando tosse, espirra e faz esforço... não conseguir segurar e mesmo depois de fazer xixi, sentir que ainda tem um restinho; ficar nervosa, incomodada, preocupada por cheirar urina, com medo de progredir e passar vergonha... situação chata e desagradável; ter que usar protetores, evitar tomar água, trocar de roupa... estar sempre se prevenindo para não aparecer a urina, o cheiro ruim; procurar ajuda médica, fisioterapia, pilates, tentar vários meios, nada dar certo, desistir... buscar novas soluções; faltar ajuda e suporte de profissionais e do SUS... não ter apoio e nem todo mundo tem condição de pagar. Na análise interpretativa, o ser-aí-mulher-que-vivencia-a-incontinência-urinária mostrou-se, diante da facticidade, em diversos modos de ser na cotidianidade como do falatório, da curiosidade, da ambiguidade, da inautenticidade, da impessoalidade, da ocupação e do medo, este em caráter ameaçador tornou-se temor, que em seguida, mostrou-se como pavor, horror e terror. As mulheres mostraram-se também em um modo deficiente de ser-com em ser-aí-com-os-outros. Quanto ao cuidado à saúde dos profissionais de saúde, revelou-se o modo inautêntico. Considera-se que o ser-aímulher-incontinente necessita de cuidados que perpassam o olhar biomédico, valorizando sua singularidade, o seu pensar e o seus modos de ser. Os profissionais de saúde devem ser preocupados, possibilitando uma assistência humanizada e de qualidade para as mulheres incontinentes. Por fim, ressalta-se a importância de pensar, debater e explanar informações sobre a incontinência urinária e seus cuidados, não só para os profissionais, mas também para as pessoas que vivenciam essa condição.