Gramática do nacionalismo: repensando o conceito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Liguori, Paula Aparecida Viol lattes
Orientador(a): Barboza Filho, Rubem lattes
Banca de defesa: Paula, Christiane Jalles de lattes, Lahuerta, Milton lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12340
Resumo: O presente trabalho objetiva problematizar o conceito de nacionalismo, sua relação com o patriotismo e sua relevância no cenário político atual. Partimos do princípio de que o nacionalismo, um elemento caro à organização política moderna, tem sido ressignificado na política por figuras ameaçadoras ao funcionamento das sociedades e seus sistemas representativo, como Donald Trump e Jair Bolsonaro. Sendo assim, nosso trabalho se insere no campo de pesquisa chamado “crise das democracias”. Para realizar essa empreitada, entendemos o nacionalismo como uma gramática da vida, entendida em toda a sua extensão. Nossa inspiração para defender esse argumento dá-se em conjunto com a filosofia de Ludwig Wittgenstein, que aponta a gramática como uma regradora de uma forma de vida. Além disso, o conceito wittgensteineano permite uma distinção produtiva entre nacionalismo e patriotismo, visto que tal abordagem não trabalha na chave da predicação, mas na captura dos elementos que compõem o jogo de linguagem. Nossa opção metodológica se justifica visto que o nacionalismo não é um “acontecimento”, mas, é sobretudo uma identidade encontrada nas manifestações do social. Assim, buscaremos compreender a gramática nacionalista em uma perspectiva crítica à usual dicotomia entre “nacionalismo cívico-político” e “nacionalismo cultural”, pois essa visão separa cultura de política, atitude essa que, ao nosso entender, não é profícua para a análise sociológica. Após esse movimento, apresentamos nossa principal hipótese: o right-wing nationalism se diferencia do “nacionalismo clássico” em um aspecto central, que é a presença do Estado. Esse último que tornara-se o carro-chefe de desenvolvimento da sociedade moderna, o discurso atual tem sido atacado por ideários que buscam apresentar a família, a religião e a nação como o epicentro moral da sociedade, subordinando assim as funções do Estado.