Feminismo e representação política

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Laís Aparecida Santos de lattes
Orientador(a): Duriguetto, Maria Lúcia lattes
Banca de defesa: Pinto, Marina Barbosa lattes, Ferreira, Verônica Maria lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Serviço Social
Departamento: Faculdade de Serviço Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/8849
Resumo: A participação das mulheres na vida política tem, nos últimos tempos, adensado discussões. A realidade concreta nos revela que já compomos a maioria do eleitorado brasileiro, cerca 52%, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Contudo, quando ajustamos o foco desta análise para a ocupação dos cargos políticos exercidos por mulheres, notamos um quadro de subrepresentatividade a se delinear. Consideramos que a marginalização das mulheres do cenário político é fruto de um processo histórico, no qual a categoria patriarcado adquire centralidade, estando dialeticamente associada ao fenômeno democrático. Neste sentido, realizamos um esforço, nesta dissertação, em demostrar como as categorias patriarcado e democracia se articulam, acentuando o processo de exploração-opressão na vida das mulheres. No entanto, a pergunta norteadora da pesquisa buscou fomentar o debate acerca da representatividade, ou seja, até que ponto garantir a participação de mulheres, pode contribuir, de fato, para a conferir direitos às mulheres trabalhadoras? Na tentativa de solucionar o descompasso entre o percentual de eleitoras e a efetiva participação feminina, diversos países têm adotado a política de cotas com intuito de tornar mais equitativa a tomada de decisões no cenário político. No entanto, a partir dos conceitos de classe e de consciência de classe trabalhados na dissertação, acreditamos na fragilidade desta percepção, uma vez que o histórico de muitas mulheres atuantes no cenário político, nos remete a uma postura conservadora. Ademais, questiona-se o fato de a representatividade encontrar grande ressonância no pensamento pós-moderno. Descolada do conflito de classe, as premissas pósmodernas exploram o discurso das múltiplas identidades, legitimando todas as formas de luta, sem necessariamente focalizar a luta de classes. Assim, a aposta na diversidade dos sujeitos e no empoderamento das mulheres, muitas vezes, coaduna com a fragmentação e a fragilização das pautas políticas. Logo, visando a uma compreensão da totalidade acerca deste fenômeno, foi realizado um estudo acerca dos projetos políticos propostos pelas atuais e exparlamentares que já ocuparam cargos no âmbito da Câmara Legislativa de Juiz de Fora, com intuito de compreender se estas têm se aproximado das reivindicações e pautas feministas. Finalizando a dissertação, apresentamos as entrevistas realizadas com parlamentares e com os coletivos feministas atuantes nas cidades, a fim de compreender se estes se sentem representados pelas eleitas.