Avaliação do diário miccional de crianças com enurese monossintomática e bexiga hiperativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Franck, Hanny Helena Masson lattes
Orientador(a): Bastos Netto, José Murillo lattes
Banca de defesa: Rondon, Átila Victal lattes, Sá, Cacilda Andrade de lattes, Toledo, Antônio Carlos Tonelli de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11995
Resumo: INTRODUÇÃO: O diário miccional (DM) é uma ferramenta importante na avaliação de crianças com disfunção do trato urinário inferior (DTUI) e enurese, pois traça o perfil da função vesical. É um método simples, não invasivo, de baixo custo, que melhor reproduz os hábitos miccionais. Referências importantes como frequência miccional, volume miccional máximo (VMMax), volume miccional médio (VMMed) e volume noturno (VN), são facilmente extraídas do DM e valiosas no diagnóstico e acompanhamento dessas enfermidades. Tomar nota de todos os episódios miccionais e de ingesta hídrica exige trabalho dos pais e o DM geralmente não é realizada adequadamente. OBJETIVOS: Comparar os dados obtidos no DM entre crianças com DTUI e enurese, avaliar se um dia de anotação do DM seria suficiente para orientar o tratamento e avaliar a correlação do VMMax e do maior volume urinado com a fórmula da CVE da ICCS. MÉTODOS: Crianças de 5 a 14 anos com bexiga hiperativa (BH) e enurese monossintomática primária (EMP) foram orientadas a realizar um DM de três dias como parte de sua avaliação. Os dados obtidos do DM foram avaliados para o primeiro dia (1D), os dois primeiros dias (2D) e todos os 3 dias (3D) e comparados de acordo com VMMax, VMMed, frequência e VN, que inclui o peso da fralda adicionado a primeira micção do dia. RESULTADOS: Noventa e oito crianças foram incluídas no estudo de acordo com os critérios de inclusão/não inclusão. A idade média foi de 8,23 ± 2,26 anos (53% do sexo masculino). Destes, 59 tinham EMP e 30 BH. VMMed, frequência e VN foram semelhantes, independentemente de quantos dias os episódios miccionais foram registrados (p = 0,13; p = 0,96; p = 0,36, respectivamente). Somente o VMMax foi maior em média 23 ml em 2D (202,2 ± 73,3 ml) em comparação com 1D (179,2 ± 76,5 ml) (p<0,01). Quanto a correlação do VMMax e CVE observa-se que o VMMax corresponde a 68% da CVE em crianças com EMP, enquanto que em crianças com BH é de 70%. Na avaliação do VMMax com o maior volume urinado no dia, incluindo a primeira micção, em 57,6% dos enuréticos, o maior volume urinado é o VMMax, enquanto que nas crianças com bexiga hiperativa, em 66,6% o VMMax é maior volume urinado. O teste de BlandAltman foi realizado para propor uma nova fórmula para calcular a CVE em nesses grupos de crianças, CVE = 25* idade + 11. CONCLUSÕES: Embora o VMMax tenha sido menor em pequeno volume no 1D, acreditamos que um 1 dia de DM é suficiente para avaliar essas crianças. A fórmula da CVE proposta pela ICCS superestima a capacidade vesical nessa população. Dessa forma, propomos uma nova fórmula para calcular a CVE em crianças com DTUI, que corresponde a CVE= 25* idade +11.