A casa mineira como um canto do mundo: da inocência de Taunay à universalidade do espaço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gouvêa, Alana Adães de lattes
Orientador(a): Andrade, Altamir Celio de lattes
Banca de defesa: Silva, Rodrigo Fialho lattes, Silva, Anderson Luiz da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF)
Programa de Pós-Graduação: -
Departamento: -
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6533
Resumo: A presente pesquisa pretende fazer um exame da obra Inocência, de Visconde de Taunay. Tal análise se apoia nos conceitos de espaço, como proposto pela fenomenologia de Gaston Bachelard e de hospitalidade, conforme o pensamento de Jacques Derrida. Esta investigação busca, portanto, demorar-se sobre a casa, enxergando-a como um espaço que sugere identidade ao ser humano e que está intimamente ligado à hospitalidade como ato que pressupõe o oferecimento de si e que torna a casa um canto do mundo. Como refletem Gaston Bachelard e Emmanuel Levinas, sua posse e uso transitam entre os sonhos e as necessidades não gerando, necessariamente, a intimidade do acolhimento. A partir do momento em que se considera que o texto literário é um dos lugares privilegiados dos estudos na busca da compreensão dos conflitos e das dúvidas que acometem o ser humano, essa pesquisa almeja evidenciar as peculiaridades e atualidades dos registros de Taunay, visualizando a casa do mineiro, os seus atrativos e os seus segredos. Assim, a partir do regional procura-se chegar a uma percepção do que se pode chamar de casa universal. Além disso, os seus cantos e (des)encantos, as suas características, os estranhamentos que acontecem quando nela se recebe o outro, oferecem as mais intrincadas e diversificadas simbologias. Isso porque a casa, embora fechada em si mesma, está aberta para o mundo, realçando o contraste entre o dentro e o fora, o eu e o outro, as partidas e chegadas. No que concerne a uma conceituação da hospitalidade frente a uma realidade de ontem e de hoje, pode-se demonstrar as incertezas do próprio conceito, a sua ambiguidade, a sua incondicionalidade e as suas consequências no trato público e pessoal das convivências e dos preceitos sociais. É nessa direção que o presente exame tem o seu lugar, qual seja, uma leitura de Inocência, buscando entender melhor o referencial da habitação, considerando as hipóteses apresentadas e contribuindo para o crescimento do acervo crítico de Visconde de Taunay.