Representação social de mulheres privadas de liberdade sobre tuberculose e HIV/Aids
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00156 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15654 |
Resumo: | Objetivo: analisar as Representações Sociais que as mulheres privadas de liberdade produzem sobre a Tuberculose e HIV/Aids. Método: pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e descritivo com aporte na abordagem processual da Teoria das Representações Sociais. O cenário do estudo foi uma unidade prisional da Zona da Mata Mineira. Participaram 68 mulheres privadas de liberdade. Não houve recusa de nenhuma participante. Foram critérios de inclusão: mulher privada de liberdade, ≥18 anos, independente da etnia ou raça, religião, convicção política, condição econômica. Os dados foram coletados entre 01 outubro a 20 de dezembro de 2021, por meio de um roteiro construído com base no protocolo nacional para investigação e controle das doenças infectocontagiosas, no núcleo de saúde e no pavilhão feminino da unidade. No primeiro momento, utilizou-se um questionário semiestruturado que identificou as características sociodemográficas, comportamentais e história de saúde. Posteriormente, valeu-se da técnica projetiva, realizada através de palavras previamente selecionadas, inerentes ao conceito científico dos termos indutores: saúde; cuidado; tuberculose; e HIV/Aids, sendo cada termo apresentado por 12 palavras específicas. Durante as escolhas das palavras pelas mulheres, elas foram explicando e justificando suas opções. E por fim, utilizouse um roteiro semiestruturado baseado na técnica da entrevista aberta, onde se buscou apreender as Representações do processo saúde-cuidado e os significados atribuídos à Tuberculose e HIV/Aids pelas mulheres privadas de liberdades. As entrevistas foram transcritas na integra, no momento da coleta, uma vez que não foi possível a entrada de gravador. A análise de caracterização das participantes, foi baseada na frequência absoluta e relativa com o apoio do SPSS versão 26. Os dados advindos da técnica projetiva, foram digitados em planilha Excel e analisados por meio do programa estatístico Estatística. E as entrevistas, foram lidas e relidas de forma atenta e exaustivas, selecionando as Unidades de Registros, sendo agrupadas em Unidades de Significação e definindo-as em categorias conceituais segundo reagrupamento analógico das unidades de registros conforme as três etapas da análise de conteúdo temático-categorial. Foram categorias discursivas: 1) Concepções do Processo de saúde-doença e as relações de (auto)cuidado compartilhados socialmente e; 2) Constructos representacionais da vulnerabilidade de mulheres privadas de liberdade as Infecções por HIV/Aids e demais Infecções sexualmente Transmissíveis. Investigação aprovada em Comitê de Ética em Pesquisa e aprovada sob o parecer de número 3.784.839. Resultados: as percepções foram marcadas por constructos representacionais sobre o processo saúde/cuidado, embasadas pelo conceito amplo de saúde, como bem-estar, a presença da família, sentirem protegidas, receber atenção e ter ações de prevenção. Em relação a tuberculose, esta foi ancorada pelo medo, por ser uma doença contagiosa e de difícil controle dentro do sistema prisional, embora com tratamento e cura. E em relação ao HIV/Aids, foi imprimida sua memória social marcada por mitos e preconceitos, sendo sua principal forma de contaminação, associada a atos de promiscuidade. No entanto, ela aparece como uma doença que não tem cura mais possui tratamento que permite a qualidade de vida do usuário. Considerações: evidencia-se a necessidade da elucidação do diagnóstico, tratamento e acompanhamento dessas doenças, assim como, identificar lacunas e apontar caminhos para tornar mais efetivo o cuidado à população privada de liberdade na rede de atenção à saúde do município. |