Polygonum hydropiperoides Michx. (Polygonaceae Juss.): perfil metabolômico e potenciais antibacteriano e antibiofilme in vitro frente espécies de Salmonella

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Ygor Ferreira Garcia da lattes
Orientador(a): Alves, Maria Silvana lattes
Banca de defesa: Castilho, Paula Cristina Machado Ferreira lattes, Sousa, Orlando Vieira de lattes, Pellegrino, Flávia Lúcia Piffano Costa lattes, Garcia, Patricia Guedes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00277
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13595
Resumo: Polygonum hydropiperoides Michx. (Polygonaceae Juss.), popularmente conhecida no Brasil como erva-de-bicho, é uma planta nativa da Ásia com ampla distribuição nas Américas. Tradicionalmente, é utilizada como adstringente, antidisentérica, anti-hemorrágica, antihemorroidas, diurética, vermicida, contra varizes, erisipela, reumatismo e no tratamento de feridas. Com base no exposto, o presente estudo teve por objetivos caracterizar quimicamente, aprofundar a investigação do potencial antibacteriano e avaliar o potencial antibiofilme, bem como efetuar uma triagem da toxicidade in vitro dos extratos hexânico (EH), acetato de etila (EAE) e etanólico (EE) das partes aéreas de P. hydropiperoides. A caracterização química foi realizada através de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a Detector de Arranjo de Diodos e a Espectrômetro de Massas com Ionização por Electrospray (CLAE-DADESI/EMn ). O potencial antibacteriano foi avaliado por meio das determinações da Concentração Inibitória Mínima (CIM) pelo método de microdiluição em caldo e da Concentração Bactericida Mínima (CBM) seguida pela classificação do efeito antibacteriano. Para tanto, foram testadas cinco cepas clínicas humanas de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e cinco de Salmonella spp., perfazendo um total de dez cepas. Além disso, o potencial antibacteriano também foi avaliado através da cinética de morte bacteriana e do efeito do extrato combinado com antibióticos utilizados na prática clínica (efeito combinatório) frente às cepas de Salmonella spp. O potencial de inibição da formação de biofilmes em superfícies de poliestireno foi avaliado frente às cepas de Salmonella spp. A triagem da toxicidade aguda in vitro foi determinada através de bioensaio com Artemia salina. A caracterização química revelou a presença de ácidos fenólicos e flavonoides em EAE. Quanto à atividade antibacteriana, EAE mostrou-se o mais efetivo entre os extratos estudados, sendo ativo contra as dez cepas testadas, com valores de CIM variando de 625 a 2500 µg/mL e efeito bacteriostático. EAE também revelou a capacidade de interferir na cinética de morte bacteriana, de forma isolada e em combinação parcialmente sinérgica com cloranfenicol, sendo capaz de reduzir drasticamente a densidade populacional de Salmonella spp. em níveis mais acentuados que ampicilina, cloranfenicol e levofloxacina utilizados isoladamente. A avaliação do potencial de inibição de formação de biofilmes de Salmonella spp. revelou que EAE foi o mais efetivo, sendo capaz de impedir a adesão das células bacterianas na superfície de poliestireno. Em relação à triagem da toxicidade aguda, EAE não foi capaz de inviabilizar o microcrustáceo A. salina em concentrações variando de 500 a 5000 µg/mL, mostrando-se de baixa toxicidade. Somados, estes resultados sugerem que P. hydropiperoides é uma fonte natural de substâncias com potencial antibacteriano, que agregam subsídio científico para seu uso popular, principalmente como antidisentérica, em virtude de seu efeito sobre as cepas de Salmonella testadas.