Controle glicêmico e estilo de vida em indivíduos com diabetes usuários da atenção primária à saúde no município de Juiz de Fora - MG
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
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Departamento: |
Faculdade de Fisioterapia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00114 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17234 |
Resumo: | A incidência de diabetes tipo 2 (DM2) aumentou exponencialmente nos últimos anos como consequência do contexto social contemporâneo, sendo o Brasil um dos países com maior prevalência e consequente impacto na morbimortalidade. O cuidado da pessoa que vive com diabetes engloba um conjunto de fatores, tendo a atenção primária à saúde (APS) papel primordial como coordenadora e promotora de medidas para melhores condições de vida. Sabe-se que ainda existe uma lacuna entre a implementação do conhecimento científico e a promoção do controle metabólico por meio de hábitos saudáveis, e a compreensão do contexto local permite a elaboração de ações efetivas para obtê-lo. Objetiva-se descrever e avaliar o controle glicêmico e o estilo de vida, relacionados à dieta e a prática de exercícios físicos, em indivíduos com DM2 atendidos na APS de Juiz de Fora entre 2022 e 2023. Estudo descritivoexploratório transversal com pacientes de ≥18 anos, selecionados aleatoriamente a partir de uma a duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) das 13 regiões sanitárias municipais, conforme distribuição percentual de cobertura. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, e aplicados os instrumentos: DiAbeTes Education Questionnaire (DATE-Q), questionário alimentar utilizado na Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), Escala de auto-eficácia para o exercício de Bandura (BESES), Escala de auto-eficácia para o controle do diabetes (DMSES), Medida de Adesão aos Tratamentos antidiabéticos (MAT) e Escala Brazilian Problem Areas in Diabetes (B-PAID). A distribuição dos dados foi analisada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Variáveis com distribuição normal estão apresentadas como média ± desvio padrão e aquelas sem distribuição normal como mediana [Quartil1-Quartil3]. A correlação entre os escores totais obtidos por meio dos instrumentos aplicados e os valores da hemoglobina glicada (HbA1c) foi avaliada por meio do teste de Spearman, considerando-se um nível de significância de 5%. Participaram deste estudo 80 indivíduos com DM2 de 12 regiões sanitárias, em média idosos (61,2 ± 12,3 anos), com excesso de peso (87,5% ≥ sobrepeso) e baixa renda familiar (60% ≤ 2 salários-mínimos). O valor mediano anual da HbA1c revelou um controle glicêmico inadequado (7,8 [6,4-9,9] %) na amostra estudada. Adicionalmente, observou-se moderado nível de conhecimento sobre a doença (escore total DATE-Q: 13,0 ± 2,9 pontos), adequado consumo de feijão, verduras, legumes e frutas (≥5 dias por semana) e reduzido consumo de bebidas industrializadas (<5 dias por semana), baixa auto-eficácia para o exercício físico (escore total BESES: 28,3 [6,1-57,2] pontos), alta auto-eficácia para o gerenciamento do diabetes (escore total DMSES: 76,5[64,3-84,8] pontos), alta adesão ao tratamento medicamentoso (pontuação total MAT: 5,6 [5,1-5,9] pontos) e baixo nível de sofrimento associado a convivência com o diabetes (escore total B-PAID:31,3[14,0-51,3] pontos). Não houve correlação significativa entre HbA1c e nível de atividade física medido em Múltiplos de Equivalentes Metabólicos (MET), e entre HbA1c e número de alimentos naturais/industrializados consumidos na véspera do dia da entrevista. Foi encontrada correlação significativa entre HbA1c e as seguintes variáveis: renda familiar (negativa e fraca ρ=-0,232; P=0,038), anos de uso de insulina (negativa e moderada ρ=-0,314; P=0,036), adesão medicamentosa (negativa e fraca ρ=-0,278; P=0,015) e sofrimento associado a convivência com o diabetes (positiva e fraca ρ=0,228; P= 0,042). Embora a relação encontrada entre as variáveis de interesse tenha sido moderada ou fraca, é sensato assumir que estratégias amplas, multifatoriais, direcionadas a promoção de igualdade de renda, uso adequado das medicações e melhoria da qualidade de vida possam contribuir para um melhor controle glicêmico. |