Potencial de Stachys byzantina K. Koch (peixinho-da-horta) no tratamento da hiperpigmentação e como paliativo do envelhecimento da pele
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00079 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16671 |
Resumo: | A natureza é uma importante fonte de compostos bioativos com potencial terapêutico e permanece exercendo papel relevante na busca pela cura e/ou tratamento de enfermidades. Paralelamente ao desenvolvimento dos produtos naturais, a incidência das doenças e transtornos cutâneos cresce, e já atinge grande parte da população mundial. Estima-se que as doenças dermatológicas sejam a quarta causa mais comum de todas as doenças humanas. Além disso, o envelhecimento da pele leva à elevação da expressão das enzimas colagenase, elastase e hialuronidase nesse tecido. A fragmentação da matriz extracelular induz à expressão de genes pró-inflamatórios e faz com que a pele perca sua integridade e sua elasticidade. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial cosmético das partes aéreas de S. byzantina na redução do impacto de transtornos hiperpigmentantes e do envelhecimento cutâneo. Para isso, realizou-se o particionamento do extrato etanólico (EE) desse vegetal utilizando solventes com diferentes polaridades para obtenção da partição hexano (PHEX), partição diclorometano (PDCM), partição acetato de etila (ACT) e partição hidroetanólica (HID). Posteriormente, determinou-se o potencial das partições em inibir a enzima tirosinase e a atividade do derivado vegetal mais promissor foi avaliada também em relação ao potencial de inibição das enzimas hialuronidase e elastase. A triagem fitoquímica foi realizada por meio de cromatografia em camada delgada e a capacidade antioxidante avaliada por meio de diferentes metodologias: método de sequestro do radical DPPH, sistema β-caroteno/ácido linoleico, método de Griess e capacidade de absorção do radical oxigênio. Realizou-se análises por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à detecção UV (CLAE-UV) e a dosagem de fenóis e flavonoides, bem como a identificação e quantificação do ácido clorogênico. Foi ainda avaliado o potencial antiglicante pelo teste de glicação, utilizando glicose como açúcar redutor, e o fator de proteção solar (FPS) foi calculado. Para mensurar a viabilidade celular foi utilizado o método do MTT. Todas as partições apresentaram inibição para tirosinase, porém em diferentes níveis. PDCM foi a amostra que apresentou a maior inibição, com um CI50 de 63,5 ± 10,9 µg/mL, sendo que seu constituinte de maior absorbância detectada por CLAE, além de outros dois compostos, mostrou a capacidade de se ligar ao centro ativo da enzima, o que pode indicar que seja um inibidor competitivo.Por isso, PDCM foi a amostra escolhida para dar seguimento aos demais testes, além do próprio EE. PDCM também foi capaz de inibir a enzima hialuronidase, com um CI50 de 369 ± 11,64 μg/mL e também em inibir a enzima elastase em 40% na concentração de 500 μg/mL. Nas análises antioxidantes pelo teste do DPPH, o EE apresentou um CI50 de 4,58 ± 0,29 μg/mL e a PDCM 3,33 ± 0,13 μg/mL. No ensaio do β-caroteno/ácido linoleico, o EE apresentou um CI50 de 25,64 ± 2,1 μg/mL e a PDCM, 5,58 ± 1,49 μg/mL. Para a inibição do óxido nítrico, o EE apresentou um CI50 de 88,89 ± 10,6 μg/mL e a PDCM, 175,3 ± 20,8 μg/mL. Para o ensaio do ORAC, ambas as amostras, na concentração de 3,125 μg/mL, foram capazes de proteger a fluoresceína da oxidação induzida. Estas, também, conseguiram inibir o processo de glicação com 350 μg/mL.O teor de fenóis encontrado para o EE foi de 222,37 ± 7,44 e 116,30 ± 6,73 para PDCM em mgEAT/g, enquanto o teor de flavonoides para o EE foi de 84,52 ± 4,32 e para PDCM 66,38 ± 13,57 mgEQ/g. Tanto EE quanto PDCM apresentaram FPS superior ao exigido pela legislação e ambas as amostras não demonstraram toxicidade para células L929, HaCaT, THP-1, HEK-293, MDA-MB-231 e MCF-7 em concentrações iguais ou inferiores a 50 μg/mL. Conclui-se que PDCM apresentou promissor potencial cosmético, não só para o combate de transtornos epiteliais ligados a hiperpigmentação, mas também no retardo dos impactos gerados pelos radicais livres no envelhecimento cutâneo. |