O eu, o nós e os outros no(s) telejornalismo(s): diálogos bakhtinianos no ensino do jornalismo televisivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bara, Gilze Freitas lattes
Orientador(a): Santos, Ilka Schapper lattes
Banca de defesa: Santos, Núbia Aparecida Schaper lattes, Guerra, Márcio de Oliveira, Costa, Cristiane Finger, Silva, Edna de Mello
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00031
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13115
Resumo: Esta tese de Doutoramento, desenvolvida no interior do Programa de Pósgraduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), apresenta os resultados de pesquisa que buscou investigar, no processo de ensino de Telejornalismo, três categorias cunhadas pelo filósofo e pensador russo Mikhail Bakhtin (1895-1975): a produção de sentidos, a compreensão ativa responsiva e a argumentação dialógica. E também debater a questão da formação – ou da falta de formação – de professores de Jornalismo. Nossos objetivos foram tentar averiguar se e como professores e professoras de Telejornalismo e de outras disciplinas relacionadas ao Jornalismo Audiovisual percebem essas três categorias bakhtinianas, bem como se tais óticas estão presentes em seus saberes e em seus ensinamentos, além de dialogar, com os docentes, sobre a formação de professores de Jornalismo. Para construir nosso arcabouço teórico, utilizamos a metodologia de revisão de literatura a partir de livros e artigos de autores consagrados a respeito da televisão, do telejornalismo, da formação de professores e professoras e do pensamento bakhtiniano. A pesquisa empírica, por sua vez, teve como guia a perspectiva sóciohistórico-cultural, trabalhando as três categorias teóricas de Bakhtin como categorias analíticas Os dados foram produzidos com a realização de um grupo focal formado por dez professoras e professores de Telejornalismo/Jornalismo Audiovisual, com experiência de docência no ensino superior variando entre cinco e 33 anos, e atualmente vinculados a cinco instituições de ensino superior, sendo três públicas e duas privadas, com campi sediados em três cidades do interior do estado de Minas Gerais, a saber: Juiz de Fora, Ouro Preto e São João del-Rei. A partir da realização da pesquisa empírica, foi possível reconhecer as três categorias bakhtinianas na essência do Telejornalismo e entender que a produção de sentidos e a compreensão ativa responsiva são condições do processo jornalístico – incluindo aí o jornalismo feito para as telas. Já a argumentação dialógica dá-se no fazer (tele)jornalístico como uma tentativa – nem sempre bem sucedida – de diálogo com a audiência e com o uso da argumentação por meio da persuasão e do convencimento. Os dados produzidos no grupo focal a respeito dessa categoria bakhtiniana nos deram subsídios para pensar em um devir dialógico, um caminho a ser conquistado para instaurar um diálogo efetivo entre o telejornalismo e seu público. Sobre a questão da formação de professores de Jornalismo, identificamos a existência de uma lacuna, uma vez que, além de não existir licenciatura na área, os cursos de graduação em Jornalismo, em geral, não oferecem disciplinas de formação docente. Consideramos que tal oferta, ainda que de maneira optativa ou eletiva, é de fundamental importância para que os futuros professores sintam-se melhor preparados para lidar com os desafios da docência.