O uso do adjetivo por crianças no PB: a relação entre o foco prosódico e a interface sintaxe-semântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Lanini, Aline Gruppi lattes
Orientador(a): Name, Maria Cristina Lobo lattes
Banca de defesa: Teixeira, Luciana lattes, Barbosa, Plinio Almeida lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2474
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar o grau de interferência da prosódia, mais especificamente da entoação, no processamento sintático-semântico de DPs por crianças adquirindo o português do Brasil (PB). Tal investigação concentrou-se no adjetivo anteposto, já que essa posição restringe o valor semântico aceito (subjetivo) e pode apresentar variação de foco prosódico (estreito ou amplo), sendo, portanto, um local privilegiado para se investigar a interface prosódia-sintaxe-semântica. A questão focalizada é se crianças que se encontram em uma fase final no percurso de aquisição do PB, i.e., em vias de estabilização de seu conhecimento da língua, usam essa informação de base prosódica no processamento sintático-semântico do adjetivo. Assume-se como perspectiva teórica a integração entre o Programa Minimalista (CHOMSKY, 1995; 1997 e obras posteriores), e a hipótese do bootstrapping fonológico (MORGAN & DEMUTH, 1996; CHRISTOPHE et al., 1997), conforme proposto por Corrêa e Augusto (2009) nos termos do Modelo Integrado Misto de Computação online (MIMC). Uma atividade experimental foi desenvolvida usando-se uma variação da tarefa de julgamento de gramaticalidade. Foram manipulados o foco prosódico e a carga semântica do adjetivo em posição pré-nominal, obtendo-se sentenças que poderiam ser semanticamente congruentes ou não nessa posição e apresentar, ou não, realce prosódico (foco estreito ou amplo). As frases-teste eram pronunciadas por um fantoche, em meio a distratoras, e a criança deveria avaliar positiva ou negativamente a fala do boneco. A hipótese é a de que a presença do foco estreito sinaliza para a criança a incongruência sintático-semântica do adjetivo anteposto. Por outro lado, o foco prosódico não enfático (foco amplo) levaria a criança a não reconhecer a incongruência do adjetivo anteposto. A análise dos dados revelou um efeito principal de foco prosódico no processamento de DPs com adjetivo anteposto, além de um efeito da congruência sintático-semântica, e uma interação entre esses fatores. Tais resultados sustentam a hipótese de que as crianças usam a informação de base prosódica no processamento sintático-semântico do DP pleno.