Habilidades de vida: implementação e avaliação de uma pesquisa-intervenção com adolescentes em situação de vulnerabilidade social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Franco, Gisele de Rezende lattes
Orientador(a): Rodrigues, Marisa Cosenza lattes
Banca de defesa: Marmora, Claudia Helena Cerqueira lattes, Schneider, Daniela Ribeiro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/800
Resumo: O desenvolvimento de habilidades afetivas, cognitivas e sociais são consequências do desenvolvimento positivo, configurando-se como fatores protetivos frente situações de vulnerabilidade. Nesta vertente, insere-se o Programa Habilidades de Vida, um modelo fundamentado em evidências oriundas da literatura internacional, e incluindo habilidades de autoconhecimento, pensamento crítico e criativo, manejo de emoções e stress, tomada de decisão, resolução de problemas, comunicação eficaz, empatia e relacionamento interpessoal. É escasso na literatura nacional estudos que avaliam de forma objetiva este programa, assim o presente estudo teve como objetivo implementar e avaliar os efeitos de uma intervenção baseada em habilidades de vida entre adolescentes em situação vulnerabilidade social. Especificamente, foram avaliados os efeitos diretos sobre habilidades sociais específicas, interligadas a domínios das habilidades de vida por equivalência conceitual, a saber: Abordagem afetiva, Autocontrole, Empatia e Assertividade; e o efeito preconizado sobre o bem-estar subjetivo. Consecutivamente, avaliou-se numa pesquisa de seguimento a relevância do programa nas interações da vida cotidiana, seis meses após a intervenção. Participaram 33 adolescentes do sexo masculino, com média de 12,8 anos e frequentadores de um instituto filantrópico da cidade de Juiz de Fora/MG. O estudo com desenho quaseexperimental contou com pré e pós-avaliação, sendo os adolescentes divididos em dois grupos: 1) GI, grupo de intervenção com 18 participantes; 2) GC, grupo de comparação com 15 participantes. Após procedimentos éticos, iniciou-se o pré-teste mediante aplicação do Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes e da Escala de Bemestar Subjetivo. Seguiu-se com a implementação do programa junto ao GI que envolveu 12 encontros, de 60 minutos cada, totalizando 24 horas de intervenção com a utilização de dinâmicas, vivências e jogos, acompanhados por observações assistemáticas registradas em um diário. Finalizado o programa realizou-se o pós-teste mediante os mesmos instrumentos e sua implementação junto ao GC. Na pesquisa de seguimento aplicou-se um questionário semi-aberto. Os dados obtidos foram tabulados e analisados. Os resultados indicaram efeitos benéficos diretos da intervenção sobre a habilidade social de civilidade e indiretos sobre o afeto positivo, indicador do bem-estar. Constatou-se, na pesquisa de seguimento, que os adolescentes adquiriram conhecimentos e atitudes positivas necessárias para as interações sociais, tendo-se verificado a prevalência das habilidades de vida mencionadas como mais praticadas, tais como relacionamento interpessoal, comunicação eficaz, tomada de decisão, empatia e pensamento criativo. Os resultados reforçam a relevância da implementação de programas proativos, com a criação de estratégias que possam beneficiar aspectos do desenvolvimento psicossocial dos jovens, promover o afeto positivo e fomentar fatores de proteção, como as habilidades de vida, frente situações adversas. Conclui-se pela necessidade do desenvolvimento de novos estudos de intervenção no contexto nacional.