Talis actor, qualis orator: encenando o discurso oratório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pontes, Jefferson da Silva lattes
Orientador(a): Miotti, Charlene Martins lattes
Banca de defesa: Fortes, Fábio da Silva lattes, Scatolin, Adriano lattes, Sousa, Fernanda Cunha lattes, Rezende, Antônio Martinez de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4079
Resumo: Se o livro 11 da Institutio oratoria de Quintiliano tem sido considerado como um dos mais completos manuais de performance forense na Roma antiga, o livro 6, ao apresentar as instruções para uma peroração bem-feita, curiosamente aproxima a ação do orador à ação do ator de teatro na sofisticada arte de manipular as emoções do auditório. Esta dissertação tem por objetivo mostrar que a tradução completa do primeiro capítulo do sexto livro evidenciou similaridades entre bons atores e bons oradores quanto aos objetivos, às técnicas, e à própria atuação, além de um vasto vocabulário comum entre as duas artes. Pretende-se, de igual modo, trazer à discussão, através da tradução do undécimo capítulo do primeiro livro, o projeto educacional de Quintiliano para formar aquele que seria o uir bonus dicendi peritus fornecendo aos alunos não apenas conhecimentos técnicos e teóricos da oratória, mas, sobretudo, aspectos morais e práticos da atuação forense que construirão o êthos do orador. Preocupado com a atuação dos oradores de seu tempo e, particularmente, com certo excesso de dramaticidade que constatava nos discursos públicos, Quintiliano inaugura uma formação diferenciada ao oferecer um professor para cada uma das etapas que constituem o percurso escolar do futuro orador. Concomitantemente à formação na escola do grammaticus, em que os oradores aprendem, através da leitura dos textos literários, preceitos técnicos da arte retórica, Quintiliano propõe como parte de sua educação oratória a observação do ator dramático, etapa de aprendizado, até onde se sabe, instituída e discutida apenas na Institutio, uma dimensão prática daquelas instruções ensinadas pelo grammaticus, as quais também serão úteis última etapa da formação: a escola do rhétor, onde aprenderão os preceitos da retórica através de tarefas que os auxiliarão a desenvolver sua eloquência. Almeja-se, também, demarcar as fronteiras da atuação forense amparada muitas vezes por princípios da atuação cênica, investigando as referências teatrais presentes nos capítulos traduzidos da Instituio oratoria, tendo em vista as múltiplas similaridades entre as duas artes, as quais nos permitem estabelecer relações entre o palco e o fórum, bem como entre orador e ator quando o que está em jogo, durante a narração de um caso, é a persuasão da plateia.