Cecília Meireles e o herói inconfidente: um encontro da poética modernista com os arquivos da história brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Denise de Fátima Gonzaga da lattes
Orientador(a): Pereira, Maria Luiza Scher lattes
Banca de defesa: Pereira, Terezinha Scher lattes, Silva, Geysa lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5402
Resumo: Essa dissertação desenvolve suas questões a partir da análise do Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meireles(1953) e da Conferência proferida pela poetisa em 1955 na cidade de Ouro Preto. A autora recorre aos recursos estilísticos que caracterizam a forma de um Romanceiro rompendo com a construção do herói segundo o paradigma clássico ao aproximar a construção simbólica de Tiradentes da cultura popular, dos personagens marginalizados e da imagem de transgressão. Segundo nossa leitura, o discurso poético de Cecília traria em si o encontro de distintas temporalidades, mediante a confluência do passado colonial brasileiro no século XVIII, a aquisição e transformação do arquivo dos Inconfidentes no século XIX pela República e o momento de escritura da autora no século XX. .Dentro disso, trabalhamos com a busca da construção de identidade e nacionalismo produzidas pela autora modernista, no século XX, além da conseqüente construção da memória e da lírica no enveredar pelos arquivos da história brasileira.Observamos que é possível reconhecer a aproximação de duas formas de conhecimento fundamentais- o saber histórico e literário que alicerçam a composição de um conceito de história em consonância com Walter Benjamin nas suas Teses sobre a história. Para compreender a busca pelos arquivos da história brasileira efetuada pela poetisa utilizamos o arquivo como categoria teórica arquitetada por Derrida em Mal de Arquivo. O trabalho busca refletir sobre a construção do herói formulada pela artista modernista concebendo o mundo do texto como um espaço aberto onde se entremeiam e espelham os tempos e espaços que marcam a constituição de nossa nacionalidade e identidade a partir da ótica do intelectual moderno e do discurso como lugar de poder onde as questões políticas e sociais se ensejam.