Análise das macromoléculas e origem do pigmento azul dos arilos de Ravenala madagascariensis (Strelitziaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Carpanez, Arthur Girardi lattes
Orientador(a): Grazul, Richard Michael lattes
Banca de defesa: Pinto, Priscila Faria lattes, Leite, João Paulo Vieira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Química
Departamento: ICE – Instituto de Ciências Exatas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/599
Resumo: A Strelitziaceae é uma família de monocotiledôneas pertencente a ordem Zingiberales que possui três gêneros: Strelitzia com cinco espécies na África meridional, Ravenala com uma única espécie em Madagascar e Phenakospermum com uma única espécie no norte da América do sul. A Ravenala madagascariensis produz um arilo fibroso de textura graxa e cor azul, que ao contrário da maioria dos tecidos vegetais não perdem a cor após morte celular. O que desperta o interesse do estudo dessa espécie do ponto de vista químico é (I) a raridade de pigmentos azuis nas plantas e (II) a maior estabilidade do pigmento comparado com as classes mais conhecidas como: os carotenóides, flavonóides, betalainas e clorofilas, o que torna este pigmento um atrativo candidato para o uso em cosméticos e na indústria alimentícia. Neste trabalho descreve-se as tentativas de isolamento, purificação, análise e caracterização das macromoléculas naturais presentes na fração apolar e polar dos arilos da R. madagascariensis. Na fração apolar, identificou-se a presença de triglicerídeos, que corresponde a aproximadamente 70% dos arilos, através da análise por RMN de 1H e espectroscopia no infravermelho. A identidade e proporção relativa dos ácidos graxos presentes foi determinado por GC-MS, cálculo do índice de Kováts e da comparação dos tempos de retenção com padrões sintetizados. Os quatro componentes principais, presente nesta fração, são os ácidos: palmítico (C16:0, 41%), esteárico (C18:0, 14%), oleico (C18:1 ω9cis, 34%) e linoleico (C18:2 ω6, 7%). A análise da fração polar dos arilos sugere a presença de um cromóforo da classe das ficobilinas, tetrapirróis lineares, devido às absorções em 680 e 620nm no UV-Vis dos extratos de HOAc e SDS, respectivamente, e do resultado positivo para o ensaio de Ehrlich. A avaliação dos espectros de infravermelho e Raman indicam a presença de uma proteína, devido as absorções características de amida I, II e III e a ausência de absorções na região de 500 a 200cm-1 no espectro Raman indica inexistência de um metal coordenado ao cromóforo. O perfil proteico obtido por eletroforese revela a presença de proteínas, com uma banda mais marcante na região de 48KDa, provavelmente envolvida no processo de formação da cor azul presente nos arilos da R. madagascariensis. As análises por RP-HPLC, nos diferentes comprimentos de onda, do extrato de SDS sugerem que o cromóforo é mantido por interações intermoleculares e não por ligações covalentes.