Perfil da formação dos cirurgiões com atuação em transplante renal no estado de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ferreira, Salim Anderson Khouri lattes
Orientador(a): Pinheiro, Hélady Sander lattes
Banca de defesa: Lopes, Humberto Elias lattes, Ximenes, Sérgio Félix lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16249
Resumo: O Brasil é o quarto maior transplantador de rim do mundo em números absolutos, porém realiza menos que 40% da sua demanda. Uma causa potencial é a escassez de profissionaisespecializados pararealização dos procedimentos. No país, não há uma proposta universal e bem definida sobre o processo de formação do cirurgião especialista em transplante renal (TR). Traçar o perfil das equipes cirúrgicas que atuam em TR de Minas Gerais (MG), obtendo informações sobre a formação dos seus especialistas, forma de remuneração e área de atuação no sistema de saúde. Estudo transversal, em que todos os serviços de TR ativos em MG foram convidados a participar. Foram considerados ativos os serviços que realizaram pelo menos um TR por ano nos últimos 5 anos. Na primeira fase, o convite e formulário de coleta de dados foram enviados por email para os chefes dos serviços ativos, coletando dados demográficos, dados da instituição, da composição da equipe, de vínculo e forma de remuneração. A segunda fase consistiu no envio do formulário de pesquisa para os cirurgiões das equipes ativas, coletando dados sobre da formação para atuação no TR. A taxa de resposta entre os centros foi alta (89%) e metade dos cirurgiões transplantadores renais responderam à pesquisa (39/78). A maioria dos centros de TR eram instituiçõespúblicasdeensino,com remuneração baseada na produção sem vínculo formal, com média de 6±2,4 cirurgiões/equipe e 94,2% com urologista. Os cirurgiões eram do sexo masculino (95%), com média de idade 46,3±9,7 anos, urologistas (59%) e realizavam captação e transplante de órgãos. Apenas um trabalhava exclusivamente com transplante. Eles relataram 13±9,4 anos de treinamento para TR e 10±9,7 anos como parte de equipes de TR. Apenas 25,6% tinham especialização e treinamento formal em transplante, e apenas um concluiu residência médica formal em TR. A falta de programas de treinamento foi o motivo alegado mais frequentemente (48,4%) e 25,8% acharam desnecessária a formação. Apesar da formação específica, os cirurgiões especializados em TR relataram contrato de trabalho e remuneração menos favoráveis. Os serviços, em sua maioria, estão associados ao ensino e remunerados como prestação de serviço. Os cirurgiões especialistas em TR são minoria nas equipes cirúrgicas, possivelmente devido à dificuldade de atuação profissional exclusiva nessa área e ao baixo número de vagas oferecido nos programas de residência médica. Esses dados podem guiar as ações para aprimorar os programas de treinamento e possibilitar a formação de novas equipes de TR.