É possível discriminar a preferência lateral por meio da eletromiografia? - Uma revisão sistemática de escopo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Renata Cristina de lattes
Orientador(a): Fonseca, Diogo Simões lattes
Banca de defesa: Alvim, Felipe Costa lattes, Faceroli, Silvana Terezinha
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
Departamento: Faculdade de Fisioterapia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
EMG
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00098
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15618
Resumo: A preferência lateral ou lado dominante é o uso mais frequente de um dos lados do corpo, tratando-se de comportamento motor, na realização de uma tarefa. Tendo em vista que a eletromiografia (EMG) é uma técnica de monitoramento da atividade elétrica muscular, o objetivo desse trabalho foi identificar, a partir da literatura, propriedades relacionadas ao recrutamento muscular e ao seu monitoramento por meio desta técnica que pudessem sugir evidências na discriminação do controle motor entre os lados dominante e não dominante. Para compor essa revisão de escopo, 30 artigos foram selecionados e retirados de 9.479 estudos encontrados nas bases de dados SCOPUS, Pubmed, Web of Science, Lilacs e EBSCO. Foram extraídas as seguintes informações: ferramenta utilizada para avaliar a lateralidade, delineamento do estudo, segmento corporal analisado e tipo de análise do sinal eletromiográfico e a relação entre EMG e lateralidade encontrada. Para avaliação de lateralidade, o Inventário de Lateralidade de Edimburgo foi o mais utilizado para membros superiores e a ação “perna que chuta a bola” para membros inferiores. Nos delineamentos dos estudos, a avaliação de lateralidade foi realizada majoritariamente em membros superiores, com grande variedade de músculos analisados em razão dos diferentes protocolos experimentais e objetivos de pesquisa. Foram encontrados resultados com diferenças estatisticamente significativas nos padrões da análise do sinal EMG para o lado preferencial em vinte artigos no domínio do tempo, três no domínio da frequência e três em eletromiografia invasiva. Os trabalhos mostraram que o diagnóstico de lateralidade pela leitura do EMG é relativo a depender do método de análise utilizado: amplitude integrada e normalizada, amplitude do sinal bruto, taxa de disparos das unidades motoras, raiz média quadrática (RMS) e conteúdo em frequência, assim como, pela natureza das tarefas utilizadas nos estudos (tempo de reação, tarefa estática e dinâmica). No domínio do tempo, os resultados significativos sugerem uma tendência de menor magnitude da amplitude EMG em membros superiores preferenciais, sugerindo uma possível consolidação desses grupos musculares pelo contínuo uso nas atividades diárias. O valor RMS apresentou proporção maior de resultados nesse sentido. No domínio da frequência os três artigos apresentaram resultados significativos para o lado preferencial, apresentando redução menos pronunciada da frequência mediana em membros superiores e, também, sugerindo uma tendência a fatigar mais lentamente e a ter menor falha na ativação. Os artigos de EMG invasiva sugerem uma melhor adaptação do membro superior preferencial com melhor sincronia nas taxas de disparo e menor limiar para o recrutamento da unidade motora nos membros superiores. As análises EMG aqui selecionadas foram, na sua maioria, para os membros superiores e sugerem uma melhor adaptação, com melhor consistência de sinergias e uma tendência a fadigar mais lentamente para o lado preferencial. As análises dos dados de músculos, como o bíceps e primeiro interósseo, tendem a indicar esse ajuste. Em membros inferiores, os três artigos selecionados sugerem que o menor tempo de reação do lado não preferencial apresentado na EMG seria uma adaptação como forma de proteção desse lado. Dessa forma, conclui-se que discriminar a lateralidade pela EMG depende do método de análise utilizado.