A atuação dos historiadores na Comissão Nacional da Verdade: limites, contribuições e disputas pela representação do passado recente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Natália Aparecida Godoy da lattes
Orientador(a): Perlatto , Fernando lattes
Banca de defesa: Guedes, Wallace Andrioli lattes, Bauer, Caroline Silveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11943
Resumo: A presente pesquisa pretende investigar a participação de historiadores nas atividades desenvolvidas pela Comissão Nacional da Verdade- CNV entre 2012 a 2014. Esta comissão foi aprovada pelo Governo Federal em novembro de 2011 com o objetivo de investigar as violações dos Direitos Humanos praticadas pelo Estado brasileiro entre 1946 e 1988. O trabalho deseja compreender inicialmente os espaços ocupados pelos historiadores na CNV, formas de ingresso e atividades desenvolvidas. Além disso, pretende-se apreender quem são os historiadores que atuaram na Comissão Nacional da Verdade e o que eles compartilham em comum e para tal, será apresentado um perfil profissional destes pesquisadores. Por fim, considerando a CNV como um espaço de disputas por representações do passado e por sentidos de história, a pesquisa objetiva entender os lugares atribuídos à história, aos historiadores e a historiografia nesta comissão, de que modo tais lugares podem ser compreendidos por disputas por representação do passado e por sentidos de história, quais são estas disputas e quais os embates e aproximações entre perspectivas historiográficas distintas. Por meio da pesquisa proposta, concluiu-se que a história, a historiografia e os historiadores ocuparam um espaço reduzido em decisões internas e na narrativa produzida pelo relatório da Comissão Nacional da Verdade, apesar dos papéis relevantes desempenhados por estes profissionais em espaços de pesquisa e assessoria desta comissão. Estas conclusões advêm da narrativa factual, linear e descritiva adotada pelo primeiro volume do relatório, que consequentemente concedeu pouco espaço para diálogos com interpretações acadêmicas sobre a ditadura e utilizou sentidos tradicionais de história, vinculados ao historicismo e ao Direito. Entretanto, houve interações com a historiografia e outras interpretações do passado recente no segundo volume do relatório final, que apresentou investigações sobre segmentos sociais e temas não contemplados pela narrativa do primeiro volume. Estas influências e a participação de historiadores na CNV também contribuíram para entender que o trabalho do historiador neste espaço forneceu elementos para a compreensão do passado recente e evitou a invisibilidade por completo de determinados segmentos sociais e determinados temas.