Santo Agostinho entre a gramática e a dialética: combinação e ordenação das palavras na Ars breuiata e no De dialectica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Freitas, Fernando Adão de Sá lattes
Orientador(a): Fortes, Fábio da Silva lattes
Banca de defesa: El-Jaick, Ana Paula Grillo lattes, Beccari, Alessandro Jocelito lattes, Miotti, Charlene Martins lattes, Altman, Maria Cristina Fernandes Salles lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00053
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13415
Resumo: Nossa tese de doutoramento tem como objetivo investigar os elementos de uma “teoria sintática” nas reflexões que Santo Agostinho (séc. IV-V d.C.) produziu nos domínios da gramática e a dialética. Para realizarmos essa tarefa, utilizamos e analisamos os textos escritos por Agostinho, particularmente a Ars (Augustini pro fratrum mediocritate) breuiata, o De dialectica e o De ordine. Mais especificamente, detemo-nos na Ars breuiata e no De dialectica, textos que apresentam, de forma mais explícita, os conceitos de coniunctio e ordinatio uerborum. A base teórica e metodológica utilizada em nosso trabalho é a da História das Ciências da Linguagem (KOERNER, 1989, 1995, 2014). Nosso objetivo consiste em demonstrar, especificamente, como os conceitos de coniunctio e ordinatio uerborum (combinação e ordenação das palavras) são os principais pilares de uma reflexão “sintática” a respeito da linguagem presente na obra agostiniana, os quais apresentam, por sua vez, nuances particulares em cada um dos dois campos, o da gramática e da dialética e que reverberam, na reflexão de Agostinho, os postulados da doutrina estoica, sobretudo aqueles desenvolvidos por Crisipo (séc. III a.C.). Para avaliarmos melhor a relação entre as reflexões sobre a coniunctio e a ordo agostinianas e suas fontes estoicas, consideramos também a discussão presente nas obras de Cícero (séc. I a.C.), principalmente nos fragmentos remanescentes do Hortensius, e também, particularmente, na obra de Varrão (séc. I a.C.), cujas obras De lingua Latina e os fragmentos do Disciplinarum libri são centrais na discussão acerca do nascimento e desenvolvimento da análise sintática no âmbito latino (BARATIN, 1989a, 1992, 2001; TAYLOR, 1993, 2020). Procuramos, portanto, demostrar, através de uma análise contextualizada das obras de Santo Agostinho, que os conceitos de coniunctio e ordinatio uerborum tanto no âmbito da gramática, como no da dialética agostiniana são, em certa medida, complementares, ajudando-nos assim a reconstituir a trajetória do pensamento sobre a sintaxe na Antiguidade Tardia