Santo Agostinho entre a gramática e a dialética: combinação e ordenação das palavras na Ars breuiata e no De dialectica
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00053 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13415 |
Resumo: | Nossa tese de doutoramento tem como objetivo investigar os elementos de uma “teoria sintática” nas reflexões que Santo Agostinho (séc. IV-V d.C.) produziu nos domínios da gramática e a dialética. Para realizarmos essa tarefa, utilizamos e analisamos os textos escritos por Agostinho, particularmente a Ars (Augustini pro fratrum mediocritate) breuiata, o De dialectica e o De ordine. Mais especificamente, detemo-nos na Ars breuiata e no De dialectica, textos que apresentam, de forma mais explícita, os conceitos de coniunctio e ordinatio uerborum. A base teórica e metodológica utilizada em nosso trabalho é a da História das Ciências da Linguagem (KOERNER, 1989, 1995, 2014). Nosso objetivo consiste em demonstrar, especificamente, como os conceitos de coniunctio e ordinatio uerborum (combinação e ordenação das palavras) são os principais pilares de uma reflexão “sintática” a respeito da linguagem presente na obra agostiniana, os quais apresentam, por sua vez, nuances particulares em cada um dos dois campos, o da gramática e da dialética e que reverberam, na reflexão de Agostinho, os postulados da doutrina estoica, sobretudo aqueles desenvolvidos por Crisipo (séc. III a.C.). Para avaliarmos melhor a relação entre as reflexões sobre a coniunctio e a ordo agostinianas e suas fontes estoicas, consideramos também a discussão presente nas obras de Cícero (séc. I a.C.), principalmente nos fragmentos remanescentes do Hortensius, e também, particularmente, na obra de Varrão (séc. I a.C.), cujas obras De lingua Latina e os fragmentos do Disciplinarum libri são centrais na discussão acerca do nascimento e desenvolvimento da análise sintática no âmbito latino (BARATIN, 1989a, 1992, 2001; TAYLOR, 1993, 2020). Procuramos, portanto, demostrar, através de uma análise contextualizada das obras de Santo Agostinho, que os conceitos de coniunctio e ordinatio uerborum tanto no âmbito da gramática, como no da dialética agostiniana são, em certa medida, complementares, ajudando-nos assim a reconstituir a trajetória do pensamento sobre a sintaxe na Antiguidade Tardia |