Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Pereira , Stefane Soares
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Orientador(a): |
Gonçalves, Ana Beatriz Rodrigues
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Banca de defesa: |
Gomez, Graciella Inés Ravetti de
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Carrizo, Silvina Liliana
,
Oliveira, Maria Clara Castellões de
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4722
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Resumo: |
Este estudo tem por objetivo investigar o texto literário em prosa de duas autoras negras contemporâneas: a obra Ponciá Vicêncio (2003), da escritora brasileira Conceição Evaristo e A Mercy (2008), da escritora estadunidense Toni Morrison. Uma vez que ambas desenvolvem narrativas que retomam o período colonial, pretende-se estabelecer a análise do contexto escravagista em destaque nas obras. Para isso, focaremos a movimentação das personagens Ponciá Vicêncio e Florens a fim de observar a relevância do espaço geográfico no processo de construção e formação social do Novo Mundo. Ao dialogar com a história que envolve o negro no Brasil e nos Estados Unidos, examinamos a proeminência das consequências socioeconômicas resultantes da sistemática travessia do negro, seja pela dispersão fisicamente forçada, seja simbolicamente excludente. Por meio da mobilidade, encontra-se a multiplicidade de espaços, além dos laços que o unem aos múltiplos territórios. Além disso, o caráter não inerte dos espaços e das multiterritorialidades é ressalvado por meio das mudanças implicadas em âmbito relacional na materialidade e nos signos dominantes e influentes do território. É, portanto, através da representação “compartilhada” do mundo social que o negro vivencia seu posicionamento perante os outros agentes sociais. Os espaços, dessa forma, constituem o lugar, lugar que, nas obras estudadas, apresentam-se como a falta de lugar do negro na sociedade brasileira e estadunidense. Esse entrelaçar interfere na questão do gênero. Como nossa proposta visa à experiência da mulher negra nas mais diversas instâncias do privado e do público, veremos como a escrita das autoras contribui para a construção desse lugar ausente da mulher negra. Enfatizar-se-á, a partir dessa visão, que o entrecruzamento do exterior e o interior, na realidade, transcende a ideia de “home” como casa e lar. “Home” caracteriza-se, sobretudo, pelo estado do ser, sua condição fisiológica em diálogo com sua imensidão íntima. Em contrapartida, realçamos o sentido da escrita de autoria feminina, interpretando esse “escrever-viver” como o cerne do estado das escritoras, os questionamentos da história literária e a busca por um fazer da literatura negra na voz feminina oprimida. |