Desenvolvimento embrionário em ratas Wistar prenhes submetidas ao ultra-som terapêutico de 3 MHz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Oliveira, Rosana de Paiva lattes
Orientador(a): Guerra, Martha de Oliveira lattes
Banca de defesa: Andrade, Amaury Teixeira Leite lattes, Ribeiro, Maria das Gracas lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2959
Resumo: O ultra-som terapêutico tem amplo uso em diversas disfunções estéticas, cujo tratamento é procurado por mulheres jovens que podem se expor à irradiação em período precoce de gestação. Estudos sobre o efeito do ultra-som terapêutico na gestação são antigos, apresentam resultados controversos, foram realizados com metodologia nem sempre compatível com a clínica, com métodos e técnicas diversas, nenhuma reproduzida em dois trabalhos semelhantes e poucos envolveram as fases precoces de gestação. Os efeitos do ultra-som devem-se ao aumento da permeabilidade por vasodilatação, alteração de difusão de íons, modificação da posição de partículas intra e extracelular e alterações da configuração normal da célula, as quais podem acarretar alteração na sua atividade. Durante a fase precoce do desenvolvimento embrionário as células dependem de síntese protéica e de diversas sinalizações processadas através de canais de sódio e potássio. Além disso, microtúbulos e microfilamentos são extremamente importantes na morfogênese. Portanto, a exposição ao ultra-som poderia acarretar lesões no concepto. No presente estudo, avalia-se o efeito da exposição de ratas, no início da prenhez, ao ultra-som terapêutico por ondas pulsadas e ondas contínuas. A metodologia consistiu em utilizar ratas em dois períodos: pré-implantação (grupos A1, A2 e A3) e implantação (grupos B1, B2 e B3). Os animais foram sedados e expostos ao ultra-som terapêutico de freqüência 3 MHz e intensidade de 0,6 W/cm2 (SATA), por 5min. Os grupos A1 e B1 receberam ondas pulsadas; os grupos A2 e B2, ondas contínuas e os grupos A3 e B3 ultra-som simulado. As ratas foram eutanasiadas no 20o dia pós-inseminação. No sangue coletado procedeu-se à análise do hematócrito, da hemoglobina, dos leucócitos totais, do aspartato aminotransferase (AST/TGO), da alanina aminotransferase (ALT/TGP), do colesterol, dos triglicérides e da creatinina. Posteriormente, os animais foram submetidos à autópsia para identificação de lesões de órgãos internos, remoção e pesagem de fígado, rins e ovários. Foram contados os fetos vivos, malformados, mortos e reabsorvidos; seus cérebros, pulmões, fígados, rins e placentas foram pesados. Os dados obtidos foram analisados por ANOVA - uma via - seguida de teste de Dunnett. Dados não paramétricos foram submetidos aos testes do Qui quadrado ou Kruskall Walis. A hipótese nula foi rejeitada quando p< 0,05. Nas mães não foram observadas alterações de peso corporal e de órgãos, nem da capacidade reprodutiva. Nos fetos o peso relativo do coração, fígado, pulmão e dos rins aumentou no grupo A2; no grupo B2 o coração e o cérebro tiveram seu peso aumentado, e o peso da placenta diminuiu no grupo B1. Em conclusão, no modelo experimental usado, não foram observados efeitos tóxicos do ultra-som sobre o organismo materno, exceto pelo aumento dos triglicerídeos. O ultra-som pulsado no período de pré-implantação não alterou os fetos, mas as ondas contínuas induziram aumento do peso relativo do coração, fígado, dos pulmões e rins. No período de implantação, o ultra-som pulsado causou diminuição do peso da placenta, e as ondas contínuas acarretaram aumento do peso absoluto do cérebro e do coração fetais.