Tratamento de asma em pacientes enuréticos: repercussão nos sintomas urinários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Dahan, Patricia lattes
Orientador(a): Bastos Netto, José Murillo lattes
Banca de defesa: Pinto, Patrícia Cristina Gomes lattes, Lopes, Humberto Elias, Mrad, Flavia Cristina de Carvalho, Azalim, Silvia Paschoalini
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00132
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14731
Resumo: A associação enurese e Doenças Respiratórias do Sono já foi demonstrada, inclusive com resolução de dois terços ou mais dos casos de enurese, após cirurgia desobstrutiva das vias aéreas superiores (adenoidectomia e/ou amigdalectomia). Os enuréticos, também, têm maior chance de serem asmáticos. Questiona-se se essa associação entre enurese e asma está relacionada à presença concomitante de obstrução anatômica de vias aéreas superiores, já que, segundo a teoria da “via aérea unificada”, anormalidades das vias aéreas superiores e inferiores podem coexistir. Essa teoria, no entanto, não esclarece a associação já encontrada entre enurese e atopias como rinite, alergias alimentares ou testes cutâneos positivos. Foi avaliado se o tratamento da asma altera a evolução da enurese, em maiores de 5 anos, com ambas as doenças, e se existe algum fator preditivo associado a essa melhora. Vinte pacientes entre 5 e 12 anos, enuréticos e asmáticos não controlados, receberam tratamento para asma, após serem avaliados em consulta, quando um questionário aplicado ao responsável pela criança definia a presença de sintomas de rinite e outras alergias. A presença de obesidade foi definida no exame físico; a enurese primária avaliada através de diários de noites secas e miccional e a obstrução de vias aéreas superiores classificada através de videoendoscopia nasal. Foram excluídas as crianças menores de cinco anos, com doenças e/ou em uso de medicamentos que interferissem no funcionamento da bexiga ou esfíncter uretral, diabetes, doença falciforme, enurese secundária, asma controlada ou na recusa em participar do estudo. Após 6 meses de tratamento da asma, a melhora dos sintomas urinários foi avaliada, considerando melhora total de 99%, ou mais, e parcial de 50% a 99%. Uma melhora, pelo menos parcial, da enurese foi observada em 55% dos pacientes. O aumento da quantidade de noites secas, em 30 dias, no início e término da pesquisa, foi estatisticamente significativo: 64,4% (p = 0,010). Todos os pacientes apresentavam sintomas de rinite alérgica, o que impossibilitou o uso dessa variável nas análises. Observou-se que a variável “obesidade” não influenciou na melhora da enurese (OR = 0,361; IC 0,023-5,641), mas a “presença de outras alergias” e “alterações na videoendoscopia nasal” influenciaram positivamente na melhora dos sintomas urinários (OR = 3,350; IC 0,844-13,306) e (OR = 1,272; IC 0,480-3,370). O tratamento e o controle da asma, em crianças com enurese primária, resultou um aumento significativo das noites secas em 30 dias.