Fósforo no rio Madeira (Amazônia Ocidental): formas, concentrações, transporte e projeções de futuras alterações ambientais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Almeida, Rafael Marques lattes
Orientador(a): Roland, Fábio lattes
Banca de defesa: Ometto, Jean Pierre Henry Balbaud lattes, Bastos, Wanderley Rodrigues lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1006
Resumo: Rios amazônicos originados nos Andes (rios de água branca) transportam grandes quantidades de sedimentos ricos em fósforo (P). Com origem nos Andes bolivianos e peruanos, o rio Madeira é o maior tributário do rio Solimões/Amazonas. O transporte e a deposição de nutrientes, como o fósforo (P), associados a sedimentos de origem andina são de grande importância para suportar as altas produtividades nas áreas inundáveis do rio Madeira, que ocupam mais de 210.000 km2. Apesar da grande relevância ecológica do rio Madeira, há uma escassez de estudos relatando suas características biogeoquímicas, principalmente no que diz respeito ao P. O objetivo deste trabalho foi quantificar as concentrações e transporte de diferentes formas de P pelo rio Madeira e como estes variam em escalas sazonais e interanuais. No trecho estudado, foi estimado um transporte de 182 Gg P ano-1. Para efeitos de comparação, este valor é 65% da quantidade transportada pelo rio Amazonas para o mar. Isso sugere que o rio Madeira exerce papel crucial no fornecimento de fósforo na bacia amazônica. A precipitação nos Andes apresentou forte relação positiva com a concentração de fósforo no rio Madeira, sugerindo que o aumento de precipitação projetado para os flancos do leste andino tendem a aumentar o transporte de fósforo do rio Madeira. Em contrapartida, como o fósforo é majoritariamente particulado e apresenta alta tendência de sedimentação sob baixa turbulência, a proliferação de reservatórios hidrelétricos ao longo da bacia do rio Madeira tende a aprisionar fósforo a montante e, consequentemente, diminuir o transporte. Considerando as mudanças devido à precipitação e construção de reservatórios, o rio Madeira pode transportar 26% menos fósforo no futuro. Como as florestas alagáveis e os lagos de inundação dependem do aporte de fósforo andino, é provável que haverá diminuição da produtividade primária e, consequentemente, do sequestro de carbono na planície amazônica.