Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Senra, Luciana Xavier
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Orientador(a): |
Lourenço, Lélio Moura
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Baptista, Makilim Nunes
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Banca de defesa: |
Rodrigues, Marisa Cosenza
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Ronzani, Telmo Mota
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Rueda, Fabián Marín
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Pereira, Maria Beatriz Ferreira Leite de Oliveira
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2332
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Resumo: |
A violência escolar consiste em uma forma de violência interpessoal que vitimiza principalmente crianças e adolescentes com atos e condutas agressivas e violentas diretas e/ou indiretas, traduzidos nas formas física, sexual, moral e psicológica, patrimonial, institucional e virtual. Porém, envolve também a comunidade no entorno da escola, a família, professores e todos aqueles que atuam no processo educacional desses sujeitos. O fenômeno não possui compreensão consensual e desde a década de 1950 tem sido alvo de estudos de diferentes áreas do conhecimento em todo o mundo. Esses seguimentos tentam buscar um consenso acerca do entendimento das formas de manifestação da violência na escola, bem como no que se refere à tentativa de combate-la com vistas a reduzir os impactos desencadeados no curso de vida dos envolvividos. Com base em tais considerações, a presente pesquisa teve por escopo realizar uma revisão de literatura sobre a violência escolar e a respeito das formas pelas quais ela tem sido rastreada no contexto educacional, sobretudo no perído compreendido entre os anos de 2000 à 2015. A delimitação desse período se justifica tendo em vista a divulgação do primeiro levantamento sobre o tema feito no Brasil a partir de meados da década de 1980 seguindo uma tendência mundial; assim como pela necessidade de conceber as maneiras pelas quais o fenômeno continuou a ser investigado e abordado nacional e internacionalmente. A busca dos textos para a revisão ocorreu a partir da eleição das bases de dados mais apropriadas, isto é, com escopo de catalogação de textos sobre o tema em pesquisa, para o levantamento da literatura pertinente. Esse procedimento foi adotado a partir da identificação das bases junto ao site do banco de periódicos capes. As bases assim eleitas foram: Web of Science, Dialnet, Redalyc, Lilacs, Eric, GoogleSchoolar, Jstor e PsyvInfo. Nestas, após consulta ao dicionário de descritores, foram associandos os termos school violence or bullying à questionnaire; scale; instrument; assessment e measure. Objetivou-se, pois, levantar as definições de violência escolar salientadas nas publicações e verificar a ocorrência e uso de instrumentos de rastreio de violência escolar. Foram incluídos na presente revisão artigos científicos que abordassem o tema sem quaisquer associações a outras temáticas tais como problemas de saúde, de desenvolvimento, psiquiátricos ou jurídicos. As publicações indexadas em mais de uma base de dados e/ou referentes a monografias, dissertações, teses e capítulos de livros não foram incluídos no estudo. Para análise dos textos foram empregadas, respectivamente, as técnicas do estudo bibliométrico e da análise do conteúdo. A primeira visa oferecer um panorama da quantidade de publicações no período, por base de dados e autores, de metodologias utilizadas, seguimentos do conhecimento, localidade e periódicos das publicações decorrentes das pesquisas as originaram. A análise de conteúdo foi empregada com intuito de avaliar e compreender as maneiras pelas quais o fenômeno da violência escolar tem sido estudado e concebido, além de buscar compreensão das estratégias sobre o tema adotadas por pesquisadores, na tentativa traçar subsídios mais sistematizados para abordagens nas situações de violência. O levantamento nas bases de dados permitiu identificar 4278 publicações catalogadas. Com a aplicação dos critérios de exclusão, 268 artigos foram elencados para a leitura inicial dos resumos. Essa leitura permitiu identificar 119 (55,6%) publicações com relato de uso de instrumentos de rastreio da violência escolar. As demais (44,4%), consistiram em revisões de literatura e pesquisas qualitativas cujas técnicas envolveram entrevistas abertas, estudos de caso e/ou grupos focais. Dentre os demais resultados, a Redalyc indexou 27,1%(76) das publicações; e Pereira e Fonseca & Veiga representaram 2,33% do total de autorias. O Journal of School Violence e Archives of Scientific Psychology publicaram 12%(32) dos artigos. A classificação tipológica de pesquisa mencionada com maior frequência nas publicações foi a dos estudos transversais, com 35,8%(96). Os instrumentos de rastreio mais citados foram o Questionário de Bullying de Olweus e SVS- School Vitimization Scale, ambos representando 35,5%(50) dos textos estudados. A análise de conteúdo permitiu classificar três grandes categorias de avaliação das publicações: (A) definição de violência escolar; (B) tipos de atos agressivos e violentos perpetrados e sofridos; e (C) características psicométricas dos instrumentos de rastreio da violência escolar. Na categoria A constatou-se que uma tendência predominante em definir e compreender o fenômeno como sinônimo de bullying (53%); na categoria B, verificou-se que os sujeitos do sexo masculinos tendem a ser mais perpetradores do que vítimas dos atos agressivos e violentos, os quais são diversos, podendo ser tanto físicos, quanto morais e psicológicos ou virtuais. A categoria C possibilitou verificar, de modo geral, que os instrumentos predominantemente utilizados são adaptações de instrumento originalmente construídos no idioma inglês, o que evidencia limitações relativas a organização semâtica dos itens e, portanto, podendo comprometer a validade de construto. Os achados desta revisão de literatura indicam a importância da temática e a necessidade da continuidade dos estudos, principalmente que sejam condizentes com o contexto sociocultural do Brasil. |