Prevalência e caracterização molecular de enterobacterales resistentes a carbapenêmicos em pacientes de um hospital público de referência em uma região não metropolitana do Brasil durante e após a pandemia de SARS-CoV-2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fochat, Romário Costa lattes
Orientador(a): Silva, Márcio Roberto lattes
Banca de defesa: Nassar, Alessandra Figueiredo de Castro lattes, Leite, Isabel Cristina Gonçalves lattes, Pereira Junior, Olavo dos Santos lattes, Freitas, Michele Cristine Ribeiro de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16678
Resumo: A resistência antimicrobiana (RAM) é uma ameaça global crítica, e as Enterobacterales resistentes a carbapenêmicos (ERC) representam uma preocupação significativa devido às opções terapêuticas limitadas. Este estudo transversal retrospectivo investigou a prevalência de genes de carbapenemase (blaKPC, blaOXA-48, blaNDM, blaVIM e blaIMP) em linhagens de ERC isoladas de aspirados traqueais de pacientes em um hospital universitário na Zona da Mata Mineira, no período de janeiro de 2020 a agosto de 2023. A identificação dos isolados bacterianos foi realizada por espectrometria de massa por ionização/dessorção em matriz assistida por laser (MALDI-TOF), enquanto a detecção dos genes de carbapenemase ocorreu por meio da Reação da Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR). Das 1.133 amostras de aspirados traqueais analisadas, 111 (9,79%) apresentaram crescimento de ERC. Após confirmação bacteriana e análise de prontuários, 46 isolados, provenientes do mesmo número de pacientes, foram incluídos na amostra final, mostrando predominância de Klebsiella pneumoniae (65,21%) e Serratia marcescens (19,57%). O gene blaKPC foi identificado como prevalente (78,26%), enquanto o blaNDM foi encontrado em 21,74% dos isolados; os genes blaVIM, blaIMP e blaOXA-48 não foram identificados. A análise demográfica e de dados hospitalares revelou uma população predominantemente masculina (67,39%), idosa (69,57%), autodeclarada branca (56,52%), não casada (63,04%) e com baixa escolaridade (56,52%). A maioria dos pacientes (69,57%) encontrava-se na Unidade de Terapia Intensiva e permaneceu mais de 30 dias no hospital (76,08%). A infecção por COVID-19 foi registrada em 34,78% dos casos. Houve uma tendência inversamente significativa entre a prevalência de Klebsiella pneumoniae e faixa etária (p = 0,045), bem como uma tendência linear direta entre as proporções de ERC que carregam o gene blaNDM e a tendência anual do aumento do número de casos novos de COVID-19 no Brasil (p = 0,050). Além disso, este estudo encontrou uma probabilidade significativamente elevada de encontrar bactérias Não Klebsiella pneumoniae em pacientes com tempo de permanência hospitalar prolongado, independente do resultado de COVID-19 (p = 0,006) e do tipo de gene de resistência (p = 0,020). Este estudo destaca a prevalência persistente de ERC, principalmente com o gene blaKPC, resultado este que serve para apoiar as ações de vigilância em saúde e apoiar políticas públicas com medidas de controle para enfrentar a RAM, uma crise que pode ser considerada uma das maiores pandemias mundiais.