Levantamento etnofarmacológico nos bairros do entorno da Reserva Biológica Municipal Poço D’anta cobertos por unidades de atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Borcard, Guiomar Godinho lattes
Orientador(a): Pimenta, Daniel Sales lattes
Banca de defesa: Teixeira, Reinaldo Duque Brasil Landulfo lattes, Dutra, Rafael Cypriano lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2380
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo etnofarmacológico nas comunidades localizadas no entorno da Reserva Biológica Poço D’ Anta, buscando fornecer subsídios para a implantação da Fitoterapia em Juiz de Foram, MG. Para tal, foram realizados entrevistas nas referidas comunidades entre 3 amostras: profissionais de saúde que trabalham na Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS)(Agente Comunitário de Saúde, Técnico de Enfermagem, Enfermeiro, Dentista, Médico e Assistente Social), usuários das UAPS (domiciliares), e entrevistados referenciais (pessoas conhecedoras de Plantas Medicinais). Para análise estatística e confirmação bibliográfica de finalidade para ações farmacológicas preconizadas selecionou-se um total de 20 espécies botânicas ao se entrevistar os domiciliares e entrevistados referenciais (ER). Calculou-se a importância relativa de tais espécies para a população e o fator de consenso entre os informantes. Em relação aos profissionais de saúde pôde-se constatar que nenhum entrevistado soube conceituar o termo Fitoterápico segundo a ANVISA e que não conheciam suas políticas. A maior fonte de conhecimento sobre as plantas medicinais (PM) advêm do conhecimento autodidata (53,5%), sendo que 83% conhecem usuários da UAPS que utilizam PM por conta própria. Quanto ao retorno clínico do uso de PM 86,6% dos entrevistados consideram o tratamento mais barato, 75% acreditam ser um tratamento seguro e eficaz e 51% ressalta o benefício de menor reação adversa. Portanto existe a aceitabilidade da implantação de fitoterapia nas UAPS envolvidas, porém o conhecimento do tema ainda é limitado. Ao se entrevistar os domiciliares e ER levantou-se um total de 84 espécies botânicas. Constatou-se que 78,2% dos entrevistados utilizam PM e que esse conhecimento tem sido repassado a familiares e vizinhos principalmente. As espécies que apresentaram maior freqüência de citação foram: Plectrantus barbatus Andrews, Lippia alba (Mill.)N.E.Br., Foeniculum vulgare Mill. e Phyllanthus tenellus L. e as espécies consideradas mais versáteis foram: Rosmarinus officinalis L., Leonurus sibiricus L., Plantago major L. e Lippia alba (Mill.)N.E.Br.; por esta razão poderiam ser cultivadas no Horto da Prefeitura (localizado dentro da reserva) considerando a sua relevância e aplicabilidade para as comunidades do entorno desta Reserva. A partir das plantas elencadas a confirmação farmacológica possibilitou aproximar o conhecimento cultural em relação ao científico de 14 espécies. Este trabalho subsidia a aproximação da sabedoria popular do conhecimento científico o que poderá servir de base não só para manutenção deste conhecimento na comunidade, mas também como fomento para a implantação da Fitoterapia no município de Juiz de Fora.