Nível de ativação e fatores associados em pessoas vivendo com diabetes cadastradas na atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Almeida, Patrícia Pereira de lattes
Orientador(a): Aguiar, Aline Silva de lattes
Banca de defesa: Toffolo, Mayla Cardoso Fernandes lattes, Nunes, Raquel Moreira lattes, Leone, Denise Rocha Raimundo lattes, Nunes, Renato Moreira lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00160
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17053
Resumo: Considerando a magnitude do diabetes mellitus como doença crônica não transmissível é essencial a autogestão da doença pelo indivíduo visando o sucesso do tratamento. A Atenção Primária à Saúde representa um cenário para investigação de fatores relacionados a complicações de doenças crônicas e para fornecer orientações que gerem maior autonomia ao indivíduo. Objetivo: Avaliar o nível de ativação em pessoas com diabetes cadastradas na Atenção Primária à Saúde e fatores associados em uma cidade da Zona da Mata Mineira. Metodologia: Estudo transversal com pessoas com diabetes na Atenção Primária à Saúde. Aplicou-se questionário para dados de identificação, sociodemográficos, estilo de vida, condições de saúde e hemoglobina glicada registrada no prontuário eletrônico. As características de alimentação foram obtidas pelo marcador de consumo alimentar do SISVAN e o nível de ativação avaliado pela escala Patient Activation Measure® de 13 itens. A análise de dados foi realizada por estatística descritiva, teste qui-quadrado de Pearson e regressão de Poisson. Resultados: Participaram deste estudo 120 pessoas, a maioria do sexo feminino (72,5%; n=87) e a média de idade de 54,63 ± 11,22 anos. O tempo médio de diagnóstico de diabetes foi de 8,21 ± 6,77 anos, sendo 92,5% diabetes do tipo 2. O escore médio da ativação foi de 50,62±6,07 pontos e maior prevalência de indivíduos com nível 1 de ativação. Houve associação entre a maior prevalência de alta ativação e o trabalho remunerado, a realização de monitoramento da glicemia em casa e ter histórico de infarto agudo do miocárdio (IAM). Pertencer à classificação socioeconômica B1 e B2 e ter obesidade foram associados a menor nível de ativação. Quanto aos marcadores de consumo alimentar observou-se que o maior escore de ativação associou-se a maior prevalência de consumo de seis refeições no dia anterior e consumo de dois ou mais marcadores de alimentação saudável independentemente da idade, sexo, raça, classificação socioeconômica, estado civil, prática de exercício físico, tabagismo, consumo de bebida alcoólica, entretanto essas associações não se mantiveram após o ajuste por obesidade. A ingestão de frutas no dia anterior também se associou ao maior nível de ativação, independente do sexo e idade dos participantes, tal associação não se manteve após todos os ajustes. O maior escore de ativação foi associado ao menor consumo de hambúrgueres e embutidos no dia anterior independente de todas as variáveis de ajuste. Conclusão: Os achados deste estudo revelam associações entre ativação e trabalho remunerado, monitoramento glicêmico, histórico de IAM, consumo no dia anterior à entrevista de seis refeições, de dois ou mais marcadores de alimentação saudável, de frutas e menor consumo de hambúrgueres e embutidos apresentaram maior nível de ativação. Porém foi encontrado menor nível de ativação entre pessoas que pertenciam a uma melhor classificação socioeconômica (B1 e B2) e que tinham obesidade. Ademais, o escore médio da ativação encontrado neste estudo pode ser melhorado, reforçando a importância do acompanhamento multiprofissional desses indivíduos no SUS e realização de intervenções de saúde a fim de ampliar os níveis de ativação dessa população e melhorar o controle glicêmico.