Avaliação da toxicidade, genotoxicidade e mutagenicidade e dos efeitos antidepressivo e ansiolítico do extrato etanólico dos frutos da Campomanesia pubescens (D.C.) O. BERG em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Villas Boas, Gustavo Roberto lattes
Orientador(a): Oesterreich, Silvia Aparecida lattes
Banca de defesa: Donatini, Raquel dos Santos lattes, Oliveira, Kelly Mari Pires de lattes, Lollo, Pablo Christiano Barboza lattes, Nacer, Renato Silva lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/414
Resumo: A Campomanesia pubescens (D.C.) O. BERG (guavira) é uma planta frutífera amplamente distribuída na América do Sul e utilizada pela população para fins medicinais e nutricionais, tendo importante valor econômico e cultural. Seus frutos contêm altos teores de flavonoides. No Sistema nervoso central (SNC), alguns flavonoides atuam como ansiolíticos e antidepressivos. Além de medicamentos, as plantas têm sido muito utilizadas como alimentos em todo o mundo. Sendo assim, o público consumidor das plantas deve conhecer as principais informações de segurança para evitar danos à saúde devido ao seu consumo irracional. A presente tese avaliou o potencial tóxico, através de testes de toxicidade aguda e a curto prazo, genotóxico e mutagênico, bem como os efeitos ansiolítico e antidepressivo do extrato etanólico dos frutos da C. pubescens (EEFCP). Para o teste de toxicidade aguda, ratos Wistar fêmeas receberam uma dose única de 2000 mg/kg de peso corporal do EEFCP por via oral e foram observados durante 14 dias. No teste de toxicidade a curto prazo, ratos Wistar machos e fêmeas receberam doses repetidas de 125, 250, 500 ou 1000 mg/kg de peso corporal do EEFCP por via oral, sendo tratados e observados durante 28 dias e, após esse período de tratamento, um grupo satélite e controle satélite permaneceram em observação por mais 14 dias. Para comprovar o efeito antidepressivo do EEFCP, ratos Wistar machos foram submetidos ao modelo de estresse brando crônico, ao teste de preferência por sacarose (TPS) e ao teste do nado forçado (FST). Para testar o efeito ansiolítico foram utilizados os modelos do Labirinto em Cruz Elevado (LCE), Campo Aberto (CA) e Marble-Burying (MB). No teste de toxicidade aguda, não foram observadas mortalidade nem alterações clínicas e nos pesos dos órgãos, indicando que a DL50 é superior a 2000 mg/kg de peso corporal. No teste de toxicidade a curto prazo, as doses testadas não produziram alterações significativas nos parâmetros comportamentais, fisiológicos, hematológicos ou histopatológicos nos animais. Estes resultados demonstram a baixa toxicidade aguda e a curto prazo do EEFCP em ratos. Quanto aos estudos de genotoxicidade, nas condições experimentais utilizadas no presente trabalho, nossos resultados fornecem as primeiras evidências de que o EEFCP, administrado por via oral (gavagem), não é genotóxico para as células de sangue periférico e não possui ação clastogênica/aneugênica em células de medula óssea dos ratos. Além disso, os metabólitos de biotransformação do EEFCP não apresentam atividade genotóxica, como demonstrado pelo teste SMART nos descendentes do cruzamento de alta bioativação. Com relação aos efeitos no SNC, após 2 semanas de tratamento, imipramina 25 mg/kg, EEFCP 250 mg/kg e EEFCP 500 mg/kg reverteram o comportamento anedônico mensurado pelo TPS e reduziram significativamente o tempo de imobilidade dos animais submetidos ao estresse. Ademais, os tratamentos com diazepam 2 mg/kg, EEFCP 250 mg/kg e EEFCP 500 mg/kg aumentaram o percentual de entradas e tempo gasto nos braços abertos do LCE, além de aumentarem a locomoção, o número de rearing e reduzirem o tempo de grooming no CA. A análise química do EEFCP indicou alto teor de flavonoides e a análise comportamental revelou efeito antidepressivo e ansiolítico, sugerindo que estes fitoconstituintes podem estar envolvidos com estas ações no SNC.