Protease e amilase em silagem de milho reidratado na nutrição de ruminantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Jamille Débora de Oliveira Batista lattes
Orientador(a): Gandra, Jefferson Rodrigues lattes
Banca de defesa: Goes, Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de, Gandra, Erika Rosendo de Sena, Cônsolo, Nara Regina Brandão, Guimarães , Andréa Krystina Vinente
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Zootecnia
Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5913
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar a adição de protease e amilase em silagem de grão úmido de milho reidratado. Foram realizados quatro experimentos, divididos em dois capítulos. O capítulo II contempla o Experimento 1 e 2. No Experimento 1, 30 silos experimentais foram preparados e durante 45 dias ficaram vedados. Os silos foram distribuídos aleatoriamente em 5 tratamentos: 0 (controle), 250, 500, 750 e 1000g de protease por tonelada de milho reidratado (CINBENZA DP100®, extrato enzimático de Bacillus licheniformis, atividade de protease 600 UI/g). Além das enzimas, foi adicionado o inoculante bacteriano, Kerasil Grão Úmido® (Kera Nutrição Animal, Bento Gonçalves, Brasil) – Lactobacillus plantarum 4*1010 g/UFC + Propionibacterium acidipropionici 2.6*1010 g/UFC – a uma dose de 4 g/t de matéria fresca em todos os silos. Foram avaliados o valor nutricional, as perdas fermentativas, a estabilidade aeróbica, perfil microbiológico e fermentativo e a cinética ruminal em todos os silos. No Experimento 2, 5 ovinos mestiços foram alojados em gaiolas metabólicas em delineamento em quadrado latino 5x5. Durante 70 dias, os animais consumiram silagem produzida de acordo com os tratamentos do Experimento 1. Além das silagens experimentais, os animais recebiam feno e uma mistura proteica mineral. Foram avaliados o consumo e digestibilidade de matéria seca e nutrientes, a fermentação ruminal e o balanço de nitrogênio e síntese de proteína microbiana. Comparando os tratamentos enzimáticos ao controle, foi possível observar que a inclusão de enzima aumentou a composição da MS, PB e do amido e reduziu o FDN. A inclusão de protease diminuiu as perdas e aumentou a recuperação. Com relação a temperatura ambiente, esta reduziu nos tratamentos controle, 250 e 500 (g/ton). Os tratamentos 750 e 1000 (g/ton) apresentaram estabilidade de pH ao longo do período de avaliação. Para o perfil microbiológico e fermentativo dos silos a inclusão de protease trouxe efeitos positivos especialmente nos tratamentos 500 e 750 (g/ton). A digestibilidade apresentou comportamento quadrático para o amido. Para a fermentação ruminal, foi observado comportamento quadrático para propionato e butirato. Foi encontrado efeito apenas para a síntese microbiana (g/dia), com nitrogênio e proteína bruta apresentando comportamento quadrático. Assim, de acordo com as equações de regressão a inclusão ótima de protease é 427 g/ton. O capítulo III contempla o Experimento 3 e 4. No Experimento 3, foram preparados 28 silos experimentais e distribuídos aleatoriamente em 4 tratamentos: CONTROLE (sem adição de enzimas); AMI (enzima amilolítica); PROT (enzima proteolítica); AMI + PROT (amilase + protease). O nível de protease utilizada no Experimento 3 foi de 500 g/ton e a dose de amilase utilizada foi de 300ml/ton de matéria fresca. Também foi adicionado inoculante bacteriano, Kerasil Grão Úmido® a uma dose de 4 g/t de matéria fresca. As variáveis analisadas foram as mesmas do Experimento 1. Já no experimento 4, 8 ovinos mestiços foram alojados em gaiolas metabólicas em delineamento em quadrado latino 4x4 contemporâneos, sendo 2 quadrados em arranjo fatorial 2x2, duas enzimas e dois níveis de inclusão. Durante 56 dias, os animais consumiram silagem produzida de acordo com os tratamentos do Experimento 3. Assim como no Experimento 2, além das silagens experimentais, os animais recebiam feno e uma mistura proteica mineral. As variáveis analisadas foram as mesmas do Experimento 2. Foi observado efeito no VN para a MS, FDN e o amido. Nas perdas fermentativas houve efeito para gases (MN) e (MS), efluente (MN) e (MS), perdas totais (MS) e recuperação (MS). Todas as variáveis relacionadas a estabilidade aeróbica tiveram efeito, com pH praticamente estável. A população de bactérias ácido láticas e bactérias totais foi superior no tratamento AMI+PROT (interação). A população de mofos, fungos e leveduras, tiveram efeito para AMI e PROT. Sobre o perfil fermentativo houve resposta do pH em função da PROT e da interação, sendo maior na interação. Houve também diferença para a N-NH3(mg/dl) em função da PROT e interação, sendo maior no tratamento PROT. Para o perfil de ácidos graxos (AG) foi possível observar diferença para lactato no tratamento PROT e na interação, com maior média de produção de lactato no tratamento PROT. Para valerato e AGtotais a resposta foi significativa para o tratamento PROT. Para a degradabilidade foi observado efeito para as frações A, A+B e DE 4%, 8% e 12%. Somente a digestibilidade da matéria seca e nutrientes presentou significância, com a MS e a MO sendo significativa para PROT, o EE para AMI e o FDN e o amido para a interação. O pH teve efeito de AMI e o N-NH3 de PROT. Para os ácidos orgânicos, foi possível verificar significância apenas para a PROT em isobutirato, valerato, isovalerato, AGCR e AGtotais. Foi observado efeito da interação sobre a síntese microbiana (g/dia). Foi estimado que a inclusão ótima de protease é 427 g/ton e que o uso combinado da protease com a amilase melhorou a estabilidade da silagem de grão de milho reidratado mantendo boas características nutricionais.