Período de interferência de plantas daninhas e seletividade a herbicidas na cultura do crambe (Crambe abyssinica Hoechst)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Marques, Rodolpho Freire lattes
Orientador(a): Souza, Luiz Carlos Ferreira de lattes
Banca de defesa: Valente, Tarcisio de Oliveira lattes, Silva, César José da lattes, Mendonça, Cristiane Gonçalves de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Agronomia
Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/540
Resumo: O crambe (Crambe abyssinica Hoechst) pode ser uma cultura oleaginosa promissora para produção de matéria-prima para a obtenção de biodiesel, pois contém um percentual entre 26 e 38% de óleo nos grãos e alto teor de ácido erúcico, um ácido graxo de cadeia longa que tem alto valor industrial. Originário da Etiópia e domesticado na região do Mediterrâneo, o crambe pertence à família das Brassicaceae, com boa tolerância a variações climáticas, baixo custo de produção e precocidade, uma das principais vantagens da cultura, floresce aos 35 dias e pode ser colhida aos 85-90 dias. Por se tratar de uma cultura nova no país e ter um mercado ainda pouco expressivo, não possui um sistema de produção estabelecido e são quase inexistentes as informações a respeito dos tratos culturais, principalmente sobre o período de convivência das plantas daninhas e a cultura, e a recomendação de herbicidas para o controle químico das mesmas. Sendo assim, objetivou-se com esse trabalho determinar os períodos de interferência das plantas daninhas e estudar o efeito dessa competição na produtividade, como também avaliar a seletividade de herbicidas e de doses aplicados na cultura do crambe. Foram realizados dois experimentos em condições de campo nos anos de 2010 e 2011, na Fazenda Experimental da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados, localizada em Dourados, MS. No primeiro experimento foi estudado os períodos de controle e de convivência após a emergência da cultura: 0 – 10, 0 – 20, 0 – 30, 0 – 40 e 0 – 50 dias após a emergência (DAE), sendo que a testemunha foi representada pelos períodos de convivência (sujo) e de controle (limpo) de 0 – 90 DAE, realizando-se a colheita, ao final desse período. Para a determinação dos períodos de interferência das plantas daninhas, os dados dos rendimentos obtidos nos diferentes períodos, em ambos os modelos de interferência, foram ajustados a um modelo de regressão não linear, admitindo-se 5% de redução na produção de grãos. No segundo experimento foi estudada a seletividade dos herbicidas aplicados na cultura do crambe, sendo que os tratamentos utilizados foram: em pré-emergência o S-Metolachlor (0; 600; 1200 g ha-1) e em pós-emergência o Fomesafen (0; 112; 225 g ha-1), Fomesafen + Fluazifop-P-Butil (0; 112 + 100; 225 + 200 g ha-1), Bentazon (0; 350; 700 g ha-1) e Bentazon + Imazomox (0; 300 + 14; 600 + 28 g ha-1), aplicados quando as plantas apresentavam entre quatro e seis folhas. Utilizou-se um pulverizador costal, pressurizado a CO2 com volume de calda de pulverização de 150 L ha-1. As avaliações visuais de fitotoxicidade foram realizadas aos 7, 14, e 21 dias após a aplicação (DAA). As notas visuais seguiram uma escala de percentual, em que 0 (zero) correspondeu a nenhuma injúria demonstrada pelas plantas e 100 (cem) a morte total das plantas. Os resultados foram submetidos a análise de variância, sendo considerados seletivos os herbicidas que não apresentaram efeito significativo, em nível de 5% para o teste F, em relação a suas testemunhas. Nas condições em que os experimentos foram realizados conclui-se que a comunidade infestante identificada na cultura do crambe foi composta por 21 espécies, verificandose perdas de até 80% na presença das plantas daninhas ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura. A interferência imposta pela convivência com as plantas daninhas refletiu negativamente em todos os parâmetros de desenvolvimento das plantas de crambe, revelando que o período anterior à interferência (PAI) tolerado pela cultura foi de 10 DAE e o período total de prevenção à interferência (PTPI) de 40 DAE, resultando num período crítico de prevenção à interferência (PCPI) de 10 a 40 DAE. As doses e os herbicidas estudados não foram seletivos a cultura do crambe.