Epidemiologia molecular e perfil de resistência de Mycobacterium tuberculosis em regiões de fronteira do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Tatara, Mariana Bento lattes
Orientador(a): Croda, Julio Henrique Rosa lattes
Banca de defesa: Negrão, Fábio Juliano lattes, Cunha, Eunice Atsuko Totumi lattes, Marques, Marli lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/927
Resumo: O Brasil é um dos países com maior incidência de tuberculose (TB) no mundo. Áreas de fronteira favorecem a disseminação de Mycobacterium tuberculosis (MTB) devido a presença de grupos vulneráveis e constante fluxo populacional, fatores que contribuem para a emergência de casos resistentes a drogas. O objetivo deste estudo foi realizar a caracterização epidemiológica-molecular de isolados de MTB de dois estados brasileiros em regiões de fronteira (Roraima e Mato Grosso do Sul) e identificar as variáveis associadas à transmissão recente da doença. O estudo também avaliou o perfil de resistência a drogas antiTB e mecanismos moleculares envolvidos. De Janeiro/2014 a Abril/2017 foram isoladas 282 cepas. Dados epidemiológicos foram coletados através de questionário e do Sistema de Informação de Agravos e Notificação. Os perfis de susceptibilidade a drogas foram determinados usando métodos fenotípicos e GeneXpert®. Cepas resistentes foram submetidas à investigação de mutações nos genes rpoB, katG, inhA, rrs, rpsL e gidB. A similaridade genética dos isolados e a transmissão recente foi avaliada através do RFLP-IS6110, Spoligotyping, MIRU-VNTR 24 loci e Sequenciamento Genômico. Os resultados foram organizados em dois artigos. Em Roraima, os isolados apresentaram alta diversidade genética com maior prevalência das linhagens LAM, H e T. MIRU-VNTR e RFLP-IS6110 apresentaram taxas de transmissão de 21,3% e 30%, respectivamente. A resistência a drogas foi detectada em 15,1% dos isolados, todos com resistência primária. Este foi o primeiro estudo sobre a epidemiologia molecular e o perfil de resistência a drogas nesse estado. Em Mato Grosso do Sul foi observada uma alta taxa de transmissão recente de cepas resistentes (30%), das quais 78% em novos casos - elevada taxa de resistência primária. O alcoolismo foi associado à resistência em cepas de perfis genômicos únicos. Encarceramento foi um dos principais responsáveis pela disseminação de TB resistente, onde 40% dos casos com perfis idênticos foram em prisioneiros ou ex-prisioneiros. Presos tiveram mais chances de adquirir TB resistente que a população em geral (OR=7,05). Conclui-se que regiões de fronteira são importantes na disseminação da TB e embora tenham características em comum possuem particularidades, sendo necessária a implementação de vigilância epidemiológica diferenciada nessas regiões.