Padronização de metodologia para avaliar a seletividade de pesticidas sobre parasitóides de ovos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Miranda, Gabriela de Azambuja Silva lattes
Orientador(a): Degrande, Paulo Eduardo lattes
Banca de defesa: Lima, Eraldo Rodrigues de lattes, Pereira, Fabricio Fagundes lattes, Oliveira, Harley Nonato de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/809
Resumo: A identificação de pesticidas seletivos a organismos benéficos é uma medida de extrema importância, pois permite a compatibilização dos métodos de controle químico e biológico, além da seleção de produtos adequados para o uso em programas de manejo integrado de pragas. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma metodologia experimental padronizada para avaliar a seletividade de pesticidas sobre parasitóides de ovos em condições de laboratório estendido (exposição dos parasitóides a resíduos frescos e secos presentes em folhas sob condições experimentais controladas). O parasitóide utilizado no presente trabalho foi Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera: Scelionidae), principal parasitóide de ovos do percevejo-marrom-da-soja Euschistus heros (Hemiptera: Pentatomidae). A metodologia foi desenvolvida de acordo com as premissas do grupo de trabalho “Pesticidas e Organismos Benéficos” da Organização Internacional de Controle Biológico e Integrado de Plantas e Animais Nocivos (IOBC) para testes de laboratório estendido. Os tratamentos testados na validação do método foram: água (controle negativo), paration metílico/Mentox 600 CE (controle positivo) e lufenuron/Match 50 CE (substância teste). Os tratamentos foram pulverizados sobre plantas de soja acondicionadas em vasos até o ponto de escorrimento, na mais alta dosagem recomendada para o tratamento e questão na cultura da soja. Após duas horas, folhas foram retiradas das plantas e acondicionadas em bandejas. Depois, essas folhas foram inseridas em gaiolas (cilindros de vidro de 25 cm comp. X 3,5 cm de diâmetro) até que a superfície inferior do cilindro ficasse totalmente coberta. Essas gaiolas foram conectadas a um sistema de ventilação, com a função de impedir o acúmulo de gases tóxicos em seu interior. Então, dez fêmeas de 24 h de idade foram introduzidas em cada gaiola e deixadas em contato com os tratamentos por 24 h. Após esse período, os tratamentos foram observados para a contagem dos sobreviventes. Nos tratamentos onde haviam sobreviventes foi oferecida uma cartela/repetição com ovos de Eushistus heros (Hemiptera: Pentatomidae) na densidade de 40 ovos/fêmea. Após 24 h, outra cartela com 400 ovos foi inserida em cada gaiola, mas dessa vez deixada por 48 h. Após esse período o experimento foi desmontado, e as cartelas com ovos foram acondicionadas em placas de Petri forradas com papel filtro umedecido. Os ovos parasitados foram contados entre 8 e 9 dias após a introdução dos cartões na gaiola, e com esses dados calculou-se a capacidade de parasitismo (número de ovos parasitados/fêmeas) em cada tratamento. Esses dados permitiram estimar a redução na capacidade de parasitismo e enquadrar os pesticidas testados em uma das três categorias de avaliação propostas pela IOBC para este tipo de teste: N = inócuo ou levemente tóxico (redução 0-50%), M = moderadamente tóxico (redução de 51-75%), T = tóxico (redução > 75%). Foram avaliadas também a emergência (%) e razão sexual dos descendentes. Foram realizadas 10 repetições/tratamento. Os resultados obtidos estiveram de acordo com o esperado e cumpriram os critérios estabelecidos para a validação da metodologia, sendo que os resíduos frescos do controle positivo mostraram-se altamente tóxicos, causando 100% de mortalidade nas fêmeas adultas de todas as repetições, fato que comprovou o contato dos parasitóides com as folhas tratadas. A mortalidade (%), eficiência de parasitismo, longevidade e razão sexual da testemunha se mostraram compatíveis com dados encontrados na literatura sobre a biologia de T. podisi, indicando que ela não afeta negativamente os parasitóides. A metodologia mostrou-se prática, fácil de ser conduzida e atendeu a todos os critérios para sua validação, sendo considerada adequada para testar os efeitos de pesticidas sobre T. podisi em condições de laboratório estendido.