Bioatividade de extratos botânicos sobre Plutella xylostella L. 1758 (Lepidoptera: Plutellidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Rosicleia Matias da lattes
Orientador(a): Silva, Rosilda Mara Mussury Franco lattes
Banca de defesa: Gisloti, Laura Jane lattes, Silva, Ivana Fernandes da lattes, Silva, Sandra Verza da lattes, Couto, Irys Fernanda Santana lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5474
Resumo: A traça-das-crucíferas (Plutella xylostella L. 1758) é, economicamente, a praga mais importante que acomete as plantações de brássicas. O seu controle é realizado principalmente com aplicações de inseticidas sintéticos, que usados constantemente e de forma incorreta acarreta uma série de problemas ambientais e à saúde humana. Diante disso, verifica-se a necessidade de métodos de controles que minimizem os impactos no meio ambiente e sejam seletivos aos organismos-alvo. Nesse caso, os compostos bioativos presente nos extratos botânicos tornam-se uma opção promissora na gestão dos insetos-daninho, pois provocam diversas reações sobre eles. Por isso, o presente trabalho teve por objetivo revisar quais espécies botânicas tiveram seus extratos testados sobre os parâmetros biológicos e comportamentais de P. xylostella nos últimos 15 anos (Capítulo I). Bem como, analisar os efeitos dos extratos de Fabaceae e Rubiaceae sobre a preferência alimentar e de oviposição da P. xylostella (Capítulo II), a toxicidade dos extratos de Psychotria sp., elaborados por maceração e infusão, sobre os ovos, pupas e larvas do inseto (Capítulo III) e a bioatividade dos extratos de Rubiaceae e Fabaceae, elaborados por maceração e infusão, sobre os parâmetros biológicos da P. xylostella (Capítulo IV). Na revisão de literatura foi realizada uma busca metódica pelas bases de dados e sites relacionados com a temática, foram selecionados os artigos redigidos nas línguas inglesa, portuguesa ou espanhola. Casais de adultos recém emergidos e larvas de terceiro instar de P. xylostella foram submetidos aos testes de preferência de oviposição e alimentar, respectivamente, com duas opções de escolha, sendo utilizado extrato aquoso de Psychotria sp., Alibertia sp., Acosmium subelegans, Vatairea macrocarpa, elaborados por maceração, e água destilada como opções. Enquanto a toxicidade por contato foi verificada aplicando os extratos aquosos de Psychotria sp, elaborados por maceração e infusão, sobre ovos, pupas e larvas de terceiro instar de P. xylostella. A toxicidade nos parâmetros biológicos do inseto foi testada alimentando larvas recém eclodidas com discos de couve submersos nos extratos botânicos de Psychotria sp., Acosmium subelegans e Vatairea macrocarpa, sendo avaliado os efeitos letais e sub letais do extrato. A revisão bibliográfica apontou 117 espécies botânicas que tiveram seus extratos testados sobre os parâmetros biológicos e comportamentais de P. xylostella nos últimos 15 anos. As famílias mais estudadas foram Asteraceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, Piperaceae, Rubiaceae, Lamiaceae, Myrtaceae e Solanaceaea. A água e as folhas foram o solvente e a estrutura botânica mais utilizadas na confecção dos extratos, respectivamente. Os extratos de Alibertia sp., Psychotria sp., Acosmium subelegans e Vatairea macrocarpa provocaram deterrência na oviposição e reduziram a viabilidade dos ovos, sendo o extrato de A. sessilis o mais eficiente entre eles. O extrato aquoso de A. intermedia e A. subelegans estimularam a alimentação das larvas de terceiro instar de P. xylostella, enquanto os outros extratos agiram como fagodeterrentes. Os extrato de Psychotria não demonstraram toxicidade por contato em larvas e pupas. No entanto foram tóxicos para os ovos de P. xylostella. A menor sobrevivência dos ovos foi observada no tratamento com extrato aquoso de P. deflexa. A bioatividade dos extrato sobre os parâmetros biológicos da P. xylostella, evidenciou que os extratos aquoso de P. leiocarpa, P. deflexa, A. subelegans e V. macrocarpa reduziram a duração e a sobrevivência dos ovos, além de provocar mortalidade larval superior a 70%. Os extratos de P. leiocarpa prolongaram a duração pupal e reduziram significativamente a fecundidade das fêmeas, enquanto os extratos de V. macrocarpa reduziram a sobrevivência das pupas. Foi observado que os extratos elaborados por infusão foram mais efetivos na redução da sobrevivência dos ovos quando comparado com os extratos elaborados por maceração. Salientamos que os experimentos foram realizados em condições controladas de temperatura, umidade e fotoperíodo, por isso surge a necessidade de trabalhos adicionais que visam elucidar a bioatividade dos extratos em condições de campo, bem como o seu mecanismo de ação no inseto alvo e sua toxicidade em inimigos naturais. No presente trabalho concluímos que as espécies estudadas possuem grande potencial no controle de P. xylostella e que o método de extração não interferiu no grau de toxicidade da planta. Esperamos que a revisão bibliográfica possa aprofundar o conhecimento sobre o tema e colaborar para o fortalecimento das pesquisas futuras.